sábado, 1 de outubro de 2011

poesia e sentimento!

    Nem sempre precisamos escrever criativamente para expressar nossos sentimentos. Em outras pessoas, nossos sentimentos já são manifestados. E por que não agarrar algo que já foi escrito e manifestado?
    Por isso, tomo emprestado, de Andreia Donadon Leal, sua poesia "Deserto em Mim". Ela é mestranda em literatura,cultura e sociedade pela Universidade Federal de Viçosa.

    É primavera
    e eu tento catar flores:
    ao vento
    nas áreas do deserto
    nas profundezas dos esgotos,
    para acalentar minha alma
    despetalada
    e iluminar olhos sem vida.
    É primavera
    e eu caço numa estirada
    flores nos quatro cantos de minas  [eu,pessoalmente, nos quatro cantos desta Cidade de S.Paulo]
    nas cidades de minas  [eu,pessoalmente, em todas as cidades do mundo]
    nas campinas de minas [eu,pessoalmente, vago pelos campos, simplesmente brincando.] 
    nos montes de minas  [eu,pessoalmente, não canso de escalar montanhas para sentir a liberdade]
    nos muros de minas,  [eu,pessoalmente, busco derrubar todos os muros]
    nas aberturas das pedras
    e das rochas de minas.
    Outras estações se despedem
    e eu ainda continuo
    procurando flores.

        À poetisa Andreia, desculpe-me por acrescentar em vermelho algo mais que expressa meus sentimentos.
         Aos leitores. Esta poesia está na Revista CULT, 160, Ano 14, Agosto-2011, Oficina Literária, p.66.

    Beleza! É Primavera e continuamos procurando flores. Eu, tenho saudades do perfume das flores, do encanto colorido delas. Mas, falando de flores, não consigo ignorar a realidade cruel em que vivemos. Mesmo assim, é preciso procurar e falar das flores para não perder a leveza do ser e a sensibilidade.

                                                                             José Juliano

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