Nem sempre precisamos escrever criativamente para expressar nossos sentimentos. Em outras pessoas, nossos sentimentos já são manifestados. E por que não agarrar algo que já foi escrito e manifestado?
Por isso, tomo emprestado, de Andreia Donadon Leal, sua poesia "Deserto em Mim". Ela é mestranda em literatura,cultura e sociedade pela Universidade Federal de Viçosa.
É primavera
e eu tento catar flores:
ao vento
nas áreas do deserto
nas profundezas dos esgotos,
para acalentar minha alma
despetalada
e iluminar olhos sem vida.
É primavera
e eu caço numa estirada
flores nos quatro cantos de minas [eu,pessoalmente, nos quatro cantos desta Cidade de S.Paulo]
nas cidades de minas [eu,pessoalmente, em todas as cidades do mundo]
nas campinas de minas [eu,pessoalmente, vago pelos campos, simplesmente brincando.]
nos montes de minas [eu,pessoalmente, não canso de escalar montanhas para sentir a liberdade]
nos muros de minas, [eu,pessoalmente, busco derrubar todos os muros]
nas aberturas das pedras
e das rochas de minas.
Outras estações se despedem
e eu ainda continuo
procurando flores.
À poetisa Andreia, desculpe-me por acrescentar em vermelho algo mais que expressa meus sentimentos.
Aos leitores. Esta poesia está na Revista CULT, 160, Ano 14, Agosto-2011, Oficina Literária, p.66.
Beleza! É Primavera e continuamos procurando flores. Eu, tenho saudades do perfume das flores, do encanto colorido delas. Mas, falando de flores, não consigo ignorar a realidade cruel em que vivemos. Mesmo assim, é preciso procurar e falar das flores para não perder a leveza do ser e a sensibilidade.
José Juliano
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