A insistência de tomar consciência da Totalidade tem o motivo justo: o de superar o individualismo exarcebado, consequência da objetividade inerente da própria ciência.
Por outro lado, a objetividade provocou um alargamento das nossas cosmovisões. Se, o indivíduo passou a ser parte integrante de uma Totalidade, de um contexto, tal fato levou-nos a entender que o Universo, ao qual pertencemos, não é único. Paralelamente a ele, há um Multiverso. Cada Universo é singular, possui suas leis físicas. A Diversidade é notória e nós somos integrantes desta.
Assim, nossa compreensão também se ampliou. Passamos a considerar as análises macro-estruturais com devida importância. Tudo muito colaborou para que o processo de conscientização se desdobrasse. A política, a sociedade, a economia, a idelogia, a cultura, a religião, a antropologia, a astrofísica, a biologia, a ecologia, enfim, a ciência, em toda a sua dimensão, passou a ser fonte de estruturação da História humana.
Mesmo assim, não conseguimos ignorar o fato da Existência humana.
Giramos,giramos! Sempre retornamos às perguntas ou características fundamentais da pessoa humana e seu cotidiano. Buscamos compreender as esferas maiores, mas o que buscamos mais é compreender nossas paixões, nossas angústias e tristezas, nossas utopias e nossos sentimentos, nossos sonhos e nossos fracassos.
Existimos e existimos no chão da História cotidiana.
Nossa vida pessoal é uma saga entremeada pelas sagas de outras vidas. Aqui, nos apaixonamos, nos enamoramos, megulhamos em paixões, multiplicamos nossas idéias - que se tornam conhecimento e saber - registramos nossos mais profundos sentimentos nas fotografias, no cinema, na literatura e na arte em geral. Tudo para ser uma explosão que vem de dentro de cada um de nós. Uma necessidade inerente de compartilhar aquilo que somos e, ao mesmo tempo, encontrar a razão de tudo o que experimentamos e realizamos.
Não conseguimos fugir da nossa própria Existência ! Enfim, existimos! Existimos e vivemos! Somos poetas, mas não queremos reconhecer tal realidade! Aliás, julgamos cruelmente aqueles que se manifestam como tal. É! Temos um sentimento de inveja ao encontrarmos no outro as dimensões que tememos manifestar!
Por isso, escrevemos através de metáforas, de uma sequência de símbolos e parafrases. Tentamos comunicar o que somos, mas de modo extremamente velado!
Então, as perguntas! Por que viver em meio de tanto medo e tanta hipocrisia? Por que vivemos encolhidos e com medo de manifestar o nosso Ser? Por que nos sufocamos e nos tornamos tão insensíveis? Por que fugimos para o oceano da macro-realidade e perdemos de vista a nossa realidade pessoal? Por que precisamos de máscaras?
Enfim, existimos e vivemos!
Encontro nestas perguntas a resposta do porquê temos medo de fazer uma Revolução neste país e, dele, no mundo. O fato é que somos infelizes por não conseguirmos viver o que somos realmente. Se conseguirmos tal saga, então conseguiremos a maior delas: a Revolução.
José Juliano
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