terça-feira, 29 de março de 2011

Sem medo!

  Depois de uma segunda-feira laboriosa, a semana segue em frente. Março de 2011 já está se inscrevendo no passado. A guerra civil da Líbia foi a pauta do cenário internacional e a catástrofe climática no Japão aterrorizou o Planeta.
  No entanto, aqui em nossa cidade de São Paulo, parece que não temos pautas importantes, a não ser a fundação de um novo Partido Político pelo prefeito Kassab.
  Os jornais periódicos, na esfera nacional, trazem notícias repetitivas. Nada se vê, nada mexe com nossa sensibilidade. O Brasil segue a sua rotina, a de vender uma imagem para o exterior, afim de conquistar uma cadeira cativa no Conselho de Segurança da ONU.
  Porém, não se caminha pelas ruas desta Metrópole, ou, se o fazem não sei!
  Voltados para fora de nossos muros, com razão não devemos ignorar o que lá acontece, não conseguimos enxergar, em nossas maltratadas calçadas, a multidão de espectros humanos deitada, em meio de papéis e papelões. São pessoas como nós, errantes em meio da rica arquitetura paulistana. O grande espanto! Grande maioria é constituída de jovens!
  Este cenário não é pauta de nossas manchetes. Poucos falam por aqueles que não têm mais voz entre os civilizados. Julgamentos são emitidos sem razão e coerência. A Cidade perdeu a sensibilidade, pois sua preocupação prioritária é a Copa do Mundo em 2014.
  Por outro lado, todos dizem ser contra os preconceitos. É a moda falar em conviver com a diversidade. Mas, tudo não passa de "modismo", mera falácia! Os jovens são os primeiros a gritar contra qualquer preconceito. No entanto, em meio deles, vejo germinar uma semente de extremado fundamentalismo moral e ideológico.
  Então, vivemos o Brasil mascarado e sarado, muito bem grifado pela Rede Globo e outras Redes de Comunicação. Contra preconceitos em flechs instantâneos, mas o que vale é enraizar o próprio preconceito.
  Infelizmente, ainda vivemos a Filosofia Positivista e descartamos a possibilidade de "debate" e "diálogo" com qualquer diversidade.
  Provocamos a exclusão, mas, por "modismo", defendemos a inclusão. Grande paradoxo de uma civilização que não encontra tempo para parar e pensar. Então, perdemos a Razão e a Sensibilidade!
  Porém, vejo uma nova geração despontar. Vozes não se calar. Gente sem medo agindo. Todos tentado derrubar os muros da hipocrisia!
  Que bom! Um dia a transparência vai reinar e o medo vai acabar!

                                                                                José Juliano. 
    

Da Vida ... o Teatro!

    Mais uma usarei a 1ª pessoa, desculpe-me caros leitores!

    A juventude fez-me amar o Teatro. Aos 25 anos já tinha escrito 9 peças, cada qual com quatro atos. Aos 28 anos, somei 27 peças. O Teatro coreu no meu sangue e continua a ferver minh'alma. Peças longas, público atento, platéia envolvente.
    A primeira, batizei com o título de "Antítese". Sempre fui um paradoxo, uma antítese ... e com ela queria criar um novo teatro, um novo estilo de dramaturgia. O Grupo escolhido era composto de 16 personagens. Eu, orientado pelo grande amigo e diretor Luis Antônio, fui escolhido para atuar no papel daquele personagem que mais retratava a angústia da minha geração.

    Levamos 6 meses para os ensaios contínuos e cansativos. Não havia Domingo e nem folga alguma, além dos estudos pesados de uma Universidade sitiada pela Ditadura. Então chegou o dia! Uma noite de inverno, noite de maio.
    A platéia, em expectativa, recebeu na entrada um bilhete vermelho e outro azul. Mal sabiam o porquê!
    Vinte e uma horas, as luzes pausadamente se apagaram. A escuridão emudeceu os 320 expectadores, todos estranhos. Nenhuma luz, mas as cortinas se abriram fazendo um ruído. Ninguém no palco. O tic-tac de um relógio começou a soar e nós, como fantasmas saidos das tumbas, silenciosamente entramos em meio da própria platéia. Subí ao palco, ergui os braços e, ao som do Réquiem de Mozart, gritei: Harmonia ou Caos!
    E encenei minha primeira obra dramatúrgica!
    Foram quatro atos de atenção e tensão. Quatro atos de "Antítese". O último, todos os personagens acusavam-me por insuflar a juventude, por gerar o "maio de 68", por reverenciar Pink Floyd e cantar MPB.
Uma personagem, vestida de branco e com olhos vedados, dirige-se à platéia dizendo: Vocês é que o condenarão e nós o executaremos, por isso escolham uma cor do bilhete, não lhes direi a qual que significa condenação.
    As luzes do palco se apagaram, as cortinas se fecharam e pirilampos infiltraram-se na platéia e recolheram os bilhetes, depositando-os num baú de couro, cujo significado era o encarceramento das idéias.
    Em meio da platéia o baú foi aberto, os pirilampos simularam uma contagem e logo veio o veredicto: CULPADO!
    A reação da platéia foi inesperada! Todos reclamaram e acusaram de fraude, pois tinham escolhido unanimamente a cor azul e realmente havia 320 bilhetes azuis. Mas, a cortina se abriu e o corpo do principal personagem já se encontrava inerte sobre uma mesa fria. Fora torturado até à morte!
    Diante do cadáver, todos os demais personagens, dirigindo-se à platéia disseram: Foram vocês que o condenaram, o torturaram e o assassinaram, pois pelo bilhete vermelho ele seria acusado de comunista e morreria e pelo azul seria acusado de traidor e também morreria. Esta é a "Antítese"!

    A peça ficou 8 meses em cena e foi ela que motivou a expressar-me também pelo Teatro!
    Influenciado pelo saudoso Mário Lago e por Bertold Brecht ainda contiuo a escrever.

    Para encerrar, transcrevo um trecho que entrou em desuso e caiu no esquecimento:

    "Existem aqueles que lutam um dia e são bons!
     Existem outros que lutam um ano e são melhores!
     Existem aqueles que lutam muitos anos e são muito bons!
     Mas existem aqueles que lutam toda a vida. Esses são os imprescindíveis!".
                                                                                                                   Bertold Brecht

    Ao encenar, expressamos o que somos e o que guardamos dentro de nós e ninguém percebe, pois é simplesmente "Teatro"!

                                                                         José Juliano 

     

sábado, 26 de março de 2011

Viver e Pensar e Dançar ... um pedaço de mim!

   Entre poetas e pensadores, muitos, mesmo que já não se encontrem entre nós, vivem em minh'alma, pois fazem parte da construção do meu Ser.
   Todos nós, somos um "mosaico" que trazemos na herança genética algo que mal conseguimos explicar. Somos "únicos", "singulares", mas é aí que destacamos nossa particularidade. Somos atraídos por pessoas, pela natureza com sua fauna e flora, pelas águas, pelo Universo inteiro. Assimilamos a multiversidade da linguagem e passamos a Ser o que somos.
   Usando a 1ª pessoa, eu escrevo: Sou eu, único e singular, alegre e saudoso, filósofo e historiador, cientista e teólogo. Minhas células dançam ao escutar um Mozart, um Vivaldi, um Bach, um Brahms, um Haydn, um Pink Floyd, um Queen, um Led Zeppelin, um Genesis, um Mark Isham, um Peter Gabriel, uma Mercedes Sosa, uma Sara Brightman, um Andrea Bocelli, um Geraldo Vandré, um Renato Russo, uma Maria Bethânia, um Chico Buarque, o Canto Gregoriano e tantos outros. A Música inspira-me a compreender e viver, a escrever e a brincar, a amar e trabalhar.
   A  música, o teatro e o cinema ... grande arte que me faz lançar a aventuras sem medidas!
   Tantos e tantas imprimem, a cada minuto, o meu caráter, como que uma nova pedrinha no "mosaico" que sou.
   Aqui, remeto-me à última obra de Hannah Arendt, "A vida do espírito", deixada incompleta devido sua morte em 4 de dezembro de 1975.
   O "pensar", para ela, não se confunde com especulações teóricas, pois é uma atividade dedicada à busca do sentido, da compreensão e recociliação com o mundo. Enquanto busca do significado, o "pensar" é um maravilhoso diálogo silencioso entre "eu" e "mim mesmo".
   Assim ela escreve: " Quando interrompo minhas ações no mundo e, a sós, paro para pensar minha conduta e julgar os eventos do mundo, não me encontro efetivamente sozinho. Quando penso, estou na companhia do amigo que me habita, do outro que trago junto a mim e com o qual estabeleço um diálogo silencioso; quando julgo, me encontro na companhia de todos os demais cuja posição eu posso representar por meio da minha imaginação".
   Assim, nunca estou só. Compartilho as alegrias e as tristezas, as esperanças e as angústias de todos. Quando escrevo, penso sobre minha conduta, se ela é "morna", "fria" ou "quente"; julgo os eventos do mundo com rigor; contemplo a Beleza do Multiverso; e, assim, decido por uma opção singular, esta que corre junto ao sangue de minhas veias. Ela faz parte de mim, ela é o meu "eu" e o meu "mim mesmo".
   Minha genética parece ser estranha porque vive da paixão; minha construção mosaica parece ser esquisita, pois vive de um único ideal e minha história parece ser proscrita porque é singular.
   Por isso escrevo, revoluciono e busco quebrar todos os "muros" que constituem o preconceito!

                                                                                    José Juliano  

quarta-feira, 23 de março de 2011

Em Memória!

A Estação outonal começou ...
as folhas caem!
Uma manhã de outono ...
muito lamento!

     Uma mãe lacrimosa chora ...
     há um esquife!
     Tantos jovens também choram ...
     uma folha muito jovem morreu!

No cortejo, o silêncio e o pranto ...
tantas lembranças!
O vento é do outono ...
e a folha verde deixou saudades!

     Compreender a finitude é difícil ...
     da finitude vem a infinitude!
     Grata esperança de um reeencontro ...
     então ... viver a saudade!

                                                         Juliano


terça-feira, 22 de março de 2011

Aqui e Agora!


Um pequeno rio em meio de uma floresta!
Será ele a Solidão que mora em cada um de nós?


                                                                                        


Um rio um pouco maior atravessando uma planície.
E este?


Uma cachoeira! Sem simetria! Violenta! Sempre procurada pelos aventureiros!
Esta é a parte obscura do SER que nunca queremos revelar a ninguém!

Juliano.

domingo, 20 de março de 2011

Qual o pior cárcere?

  Um doutorando veio encontrar-me um tanto angustiado, pois seus ideais não estavam compatíveis com a tese que estava escrevendo.
  Em uma conversa meio longa, na avançada hora, perguntou-me: Professor, diante de tal angústia, pois não tenho a liberdade de expressar o que sou através de algo que tanto acredito, pergunto: Qual o pior cárcere?
  Então, num lance de inspiração, assim respondi:
  - O pior cárcere não é o que aprisiona o corpo, mas o que asfixia a mente e algema a emoção. Sem Sabedoria os homens se tornam máquinas de trabalho em série. Assim, ser livre é não ser escravo das culpas do passado, nem das preocupações do amanhã ... Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama ... É abraçar, se entregar, sonhar, recomeçar tudo de novo ... É desenvolver a Arte de pensar e proteger a emoção!
  Ele, se muito comprender, insistiu e disse: Mas, então, o que devo fazer?
  Minha resposta foi incisa!
  - Caro discípulo, lute para colocar em uma formatada Tese tudo aquilo que escandalize a todos!
  Meio confuso, insistiu: Como fazer?
  - Ah, respondi, rompa os paradigmas engessados, não deixem asfixiarem a sua mente e nem algemarem suas emoções  ... ame e sofra ... sofra e ame ... apaixone-se ppor tudo que é e seja o que você é, autêntico e sem hipocrisia ... aprenda com a ágruia, voando com suas "duas asas": a da Razão e a dos sentimentos ... apenas não tenha medo de ser LIVRE!

                                                                                                                           Juliano

sexta-feira, 18 de março de 2011

Será que ...

  Será que?
  Esta é uma pergunta que todos fazem a cada segundo de suas vidas! ... Será que?
  Mas, no conturbado ritmo da Cidade, alguém sempre pára em meio da confusão do vai e vem de tantos humanos matematizados e pergunta:
  - Será que é necessário pensar?
  - Será que é necessário sentir?
  - Será que é necessário se expressar?
  - Será que é necessária a liberdade?
  - Será que eu sou Ser Humano?
  - Será que ... ?
  Respostas nunca chegam, no entanto, pelas perguntas que faz, a consciência começa a nascer, os olhos começam a enxergar, os ouvidos a estutar, a boca a falar e as pernas a andar.
  Do "Será que?" ... surge nova pergunta ... o "Para que?".
  Daí sim quem vem a paixão pela PRÁXIS ... pela ação que transforma.
  Mas, o que deve ser transformado?
  Começando pela Raiz ... a Estrutura Social deve ser totalmente desconstruída!
  Mas, e daí? O que vamos construir no lugar de tudo o que desconstruimos?
 
  Não sabemos! Só sabemos que temos em nossas mãos as "ferramentas" e a mais importante delas é a Filosofia!
  A Filosofia faz-nos enamorar por realidades que não conseguimos perceber diante de tanto concreto armado que nos cerca ... a Filosofia nos empurra para uma viagem esplendorosa que passa pela Razão, pela Sensibilidade, pelo Amor, pela sensação da leveza do Ser.
  Ainda dizem os céticos: A Filosofia é inútil e dela só se apegam os desocupados!
  Evidente que assim falam, pois, se filosofarmos seriamente, conseguiremos justamente o que eles querem apagar de nossa memória ... conseguiremos alimentar as utopias e transformá-las em realidade histórica ... conseguiremos revolucionar.
  Será que, você que visitou este Blog, quer revolucionar?
  Será que? ... temos a coragem de começar pela nossa própria mentalidade?
  Será que?

                                                               Juliano 

quarta-feira, 16 de março de 2011

Dançando no Multiverso!


  Começamos nossa "dança"!
  Espero não estar sozinho neste balão ...
  Da poesia à Razão ...
  Da Razão à Paixão ...

                                                 Juliano
                                       16 de março, 2011
  

Na origem deste Blog!...

                                    A BELEZA DO MULTIVERSO!

  Há uma variedade de blogs, assim como estamos envoltos por uma infinita diversidade, a qual podemos nominá-la de Multiversidade. O Multiverso leva-nos para além do nosso Universo e somos impelidos, num perplexo encanto, a reconher outros Universos paralelos  É a Teoria das Cordas, a Genética, a Astronomia, a Matemática e Física, a Química e a Biologia, a História e a Filosofia, a Literatura e o Cinema, a Cultura erudita e a popular, a Música e a Poesia, a Arte de escrever, pintar, esculpir, arquitetar, ler, interpretar, a Ecologia e a Política, a Sociologia e a Economia, a Ciência da Religião e as Teologias ... a Ciência é tão vasta que nem conseguimos dissecá-la por inteiro, com medo de esquecermos algo de tão importante que a ela pertence.
  Mergulhados na Ciência não conseguimos perder a Ternura e a Sensibilidade, pois tudo contemplamos, não por curiosidade, mas por extremo desejo de "dançar" a maravilhosa sinfonia do "tudo existente". Bailando em meio da multiversidade sentimo-nos integrantes da maravilha de SER parte deste complexo fascinante e poético.
  Nossas consciências se abrem ... ultrapassamos o "aparente" e abraçamos o "transparente" ... sem máscaras, revolucionamos o nosso tempo, abrindo portas para as gerações vindouras ... derrubamos, a cada dia, os muros dos preconceitos e passamos a olhar o "tudo existente" a partir dele mesmo, para que cada elemento seja respeitado na sua estética e composição.
  No momento em que vivemos a ritmica da urbanidade, apressados e preocupados em produzir e produzir, parece-nos fugir o "sabor da vida", o sentido da existência ... mas, este "parecer" é somente um "parecer", pois somos tantos os que buscamos romper os paradigmas simétricos que se sedimentaram na História.
  Daí o grande objetivo deste Blog ... a liberdade de expressão ... o debate dialogal ... a confecção e conexão de idéias e projetos para uma práxis em favor da vida. Este espaço é mais "seu" do que "meu", propriamente é "nosso"!
  Seja bem-vindo e bem-vinda ... mesmo que esta introdução caregue palavras difíceis, não se iniba e nem se intimide ... vamos juntos continuar a construir algo que seja para o Multiverso o esplendor da sua existência.
  O convite é para todos. Basta caloborar, apreciar, acrescentar, cantar e dançar!
  Se você é jovem, expresse-se da sua forma ... se você é você, entre na roda viva e admire conosco a "A Beleza do Multiverso"!

                                                                                   Juliano
                                                                          16 de março,2011