Entre poetas e pensadores, muitos, mesmo que já não se encontrem entre nós, vivem em minh'alma, pois fazem parte da construção do meu Ser.
Todos nós, somos um "mosaico" que trazemos na herança genética algo que mal conseguimos explicar. Somos "únicos", "singulares", mas é aí que destacamos nossa particularidade. Somos atraídos por pessoas, pela natureza com sua fauna e flora, pelas águas, pelo Universo inteiro. Assimilamos a multiversidade da linguagem e passamos a Ser o que somos.
Usando a 1ª pessoa, eu escrevo: Sou eu, único e singular, alegre e saudoso, filósofo e historiador, cientista e teólogo. Minhas células dançam ao escutar um Mozart, um Vivaldi, um Bach, um Brahms, um Haydn, um Pink Floyd, um Queen, um Led Zeppelin, um Genesis, um Mark Isham, um Peter Gabriel, uma Mercedes Sosa, uma Sara Brightman, um Andrea Bocelli, um Geraldo Vandré, um Renato Russo, uma Maria Bethânia, um Chico Buarque, o Canto Gregoriano e tantos outros. A Música inspira-me a compreender e viver, a escrever e a brincar, a amar e trabalhar.
A música, o teatro e o cinema ... grande arte que me faz lançar a aventuras sem medidas!
Tantos e tantas imprimem, a cada minuto, o meu caráter, como que uma nova pedrinha no "mosaico" que sou.
Aqui, remeto-me à última obra de Hannah Arendt, "A vida do espírito", deixada incompleta devido sua morte em 4 de dezembro de 1975.
O "pensar", para ela, não se confunde com especulações teóricas, pois é uma atividade dedicada à busca do sentido, da compreensão e recociliação com o mundo. Enquanto busca do significado, o "pensar" é um maravilhoso diálogo silencioso entre "eu" e "mim mesmo".
Assim ela escreve: " Quando interrompo minhas ações no mundo e, a sós, paro para pensar minha conduta e julgar os eventos do mundo, não me encontro efetivamente sozinho. Quando penso, estou na companhia do amigo que me habita, do outro que trago junto a mim e com o qual estabeleço um diálogo silencioso; quando julgo, me encontro na companhia de todos os demais cuja posição eu posso representar por meio da minha imaginação".
Assim, nunca estou só. Compartilho as alegrias e as tristezas, as esperanças e as angústias de todos. Quando escrevo, penso sobre minha conduta, se ela é "morna", "fria" ou "quente"; julgo os eventos do mundo com rigor; contemplo a Beleza do Multiverso; e, assim, decido por uma opção singular, esta que corre junto ao sangue de minhas veias. Ela faz parte de mim, ela é o meu "eu" e o meu "mim mesmo".
Minha genética parece ser estranha porque vive da paixão; minha construção mosaica parece ser esquisita, pois vive de um único ideal e minha história parece ser proscrita porque é singular.
Por isso escrevo, revoluciono e busco quebrar todos os "muros" que constituem o preconceito!
José Juliano
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