terça-feira, 31 de maio de 2011

alguma para dizer ...

   Sempre temos alguma coisa para dizer, só que a dizemos em metáforas, pois não temos a devida coragem de dizer.
   Buscamos a matemática ... ou a física ... a astronomia ... a arquitetura, esquecemos da química. Ah, a química! Química que nos atrai e que nos leva a desvaneios ... a química do suor ... da saliva ... das lágrimas ... do sangue ... da pele ... da voraz empatia. Ignoramos a química e preferimos a objetividade dos cálculos. Esquecemos que somos seres sentimentais e sensoriais ... continuamos a nos enganar ... só por medo ou por hipocrizia.
   Viajamos pela história para justificar nossos atos entorpecidos. Que besteira! Por que precisamos de justificativas? Somos química e muita química! As reações que ocorrem dentro de nós são maravilhosas, no entanto insistimos em negá-las. Mas, não adianta! Nossas frustrações reclamam a química que somos.
   Como é bom ter consciência da química que acontece em nós ... ela deixa um perfumoso rastro ... rastro de gente ... rastro de malícia ... rastro de liberdade ... rastro de encontro ... rastro de intimidade ... rastros e rastros que mais fazem com que esta química aconteça e aconteça.
   A química não nos deixa dependentes, mas sim independentes ... em meio de tantas substâncias, a nossa essência é única: contemplação ... prazer ... felicidade ... liberdade de ser ... sentir!
   Por que ter medo da química? Não sei!

                                                                                               Juliano

quinta-feira, 26 de maio de 2011

simplesmente poetizar! ...................

   No meio do caos da política brasileira ... com tristes decepções diante das políticas públicas ... mesmo com o silencioso lamento do nosso povo ... o importante é não desistir de poetizar ... pois, não podemos perder a ternura e nem endurecer os corações ... mas, também não podemos deixar que tudo aconteça sem que sejamos severos no empenho de transformar o que está formatado.
   O desânimo abate quando constatamos que o Ministério da Cultura libera uma recheada verba ... só de R$ 430 mil reais ... para um colégio privado ... cito o nome porque é necessário ... o Dante Aliguieri ... para que este realize seus jogos olímpicos. Será que este colégio, sem desmerecer seu mérito, precisa deste investimento público? Reuno um grupo de estudantes pesquisadores ... jovens sérios e lutadores ... amantes da História ... trabalham para pagar seus estudos ... precisamos de R$ Mil reais para a realização de uma importante pesquisa de campo ... todas as portas estão fechadas. Evidente, não interessa uma pesquisa ... não interessa promover jovens que possuem ideais que superam todos os ideais ... então, é isso aí!
   Mas, não podemos perder a ternura!
   Poetizar é necessário ... quando estamos mergulhados em nossos ideais e encontramos grandes obstáculos para os realizar ... a coragem vem, porque buscamos nos apaixonar por alguém e amar intensamente ... enamoramento, amor e poesia ... reencanto da vida ... força para revolucionar e superar qualquer obstáculo. Todas e todos os grandes líderes revolucionários sempre foram ancorados pela maravilhosa poesia do amar e ser amado.
   Desistir de contestar e de transformar ... jamais!
   Saibamos que, quando estamos para desistir totalmente de nossas lutas, sempre surge o despertar deo amor ... dele surgem as mais belas poesias que, não só nos alimentam, mas encantam a muitos, tornando-os também grandes parceiros no empenho de transformar tudo o que está formatado.
   Poetizar, simplesmente poetizar, daí a força para revolucionar.

                                                                                                         Juliano

sexta-feira, 20 de maio de 2011

criando .... dançando ... andando sempre na contra-mão...

   Andar na contra-mão significa atrapalhar. Significa, também, não querer ser o que todos pretendem ser: o "politicamente correto". Significa, também, querer ser motivo de contradição.
   Que ótimo, andar na contra-mão ... criando e dançando ... até escandalizando!
   As massas sempre seguem o fluxo rotineiro das "setas", dos caminhos marcados por listas amarelas ... andam e andam ... seguem apenas o fluxo ... se deixam levar ... nada mais.
   Que ótimo andar na contra-mão!
   Pense nisto!

                                                                                 José Juliano

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Educação na Rede Globo.............................

   O Jornal Nacional da Globo está viajando pelo país para constatar a realidade escolar. Sinceramente, não dá para perceber se é uma denúncia ou uma defesa do atual sistema escolar educacional no Brasil.
   As reportagens são curtas demais e o conteúdo parecem "notas" relâmpagos sobre realidades que deveriam melhor exploração. Além da escola, o que mais nos deixa perplexos é a pobreza e a miséria galopante que envolve crianças, adolescentes e jovens. Estas são mostradas, mas não comentadas de modo contundente.
   Certo que "mostrar" já é um avanço, no entanto devemos buscar as raízes de tudo isto para que as soluções ocorram rapidamente. Porém, a vergonha nacional é mantida, sobretudo, pela Casa do Povo - o chamado Congresso Nacional!
   Ora, tratar deste assunto virou uma "coisa" inútil, pois a Casa do Povo não escuta o próprio povo.
   Então, a Globo, para fazer uma média nacional, começou a falar pelo povo ... só por causa do IBOPE. 
   Isto afirmo porque nenhum "colarinho branco" pouco se importa com o povo. Ah, importa sim! Em cobrar impostos altíssimos e a fomentar o consumo de "bugigangas" ... só por causa do PIB.
   
                                   E a juventude ainda está dormindo!

                                                                                                José Juliano 

terça-feira, 17 de maio de 2011

Conversa para "Boi dormir"! ................................

   Todos me perguntam: Como vai o Brasil? Como vai a Cidade de São Paulo?
   A resposta sempre é a mesma: - Vai bem, obrigado!
   Mas, sei que estou mentindo!
   A miséria do povo continua a aumentar ... e, ninguém diz nada! Nossos salários cada vez mais estão se achatando ... e, todos dizem que estamos bem! Cultura, Educação, Saúde, Moradia, Transportes ... ah, isto só é plataforma eleitoral ... na hora de viabilizar projetos em favor de tudo isto, a resposta sempre é a mesma ... "Não há verbas"! 
   O CNPq retalhou as bolsas de estudos para mestrandos e doutorandos! Vai retalhar, mais ainda, para as iniciações científicas! Aqui em São Paulo, vivemos de "brisas", enquanto os dinossauros dos Partidos Políticos degladeiam-se entre si para disputar a Prefeitura da metrópole em 2012. 
   As ruas da cidade estão maquiadas por asfaltos de baixo custo ... o trânsito está um caos ... os impostos são trilhionários ... o povo endividado e contente com as migalhas que lhe sobram ... os hospitais repletos de gente mal cuidada! E dizem que a nossa Cidade está bem! Tudo é conversa para Boi dormir! Realmente, ao povo só resta "dormir"!
   Os salários da "máquina pública" são altíssimos ... quem é que paga? ... nós, evidentemente!
   O pior, ninguém se manifesta, ninguém se organiza, ninguém contesta!
   A juventude universitária está amortecida! Onde estão os Centros Acadêmicos? Os Diretórios? Será que estão somente no "blá ... blá ... blá e blé .. blé ... blé"? Sei que a juventude não tem culpa disto, pois não cresceu na cultura e na pedagogia de Paulo Freire. No entanto, se a juventude não se mobilizar e agir, não sei onde vamos parar.
   Bem, tantas coisas quero escrever ... mas, uma só, aqui, quero registrar: É hora de despertar do grande sono que a Ditadura Militar induziu e que os dinossauros políticos de então continuam a alimentar. Onde está o vigor da juventude?
   Este é um recado direto para vocês que, hoje, dirigem os Centros e Diretórios Acadêmicos de nossas Universidades! Coragem! Façam alguma coisa, por favor! É o povo miserável e pobre que está pedindo seus apoios! Chega de discriminação, como aquela de Higienópolis! "Não queremos gente diferenciada!" ... Ora, acho que esta síndrome de "paulistas quatrocentões" já deveria ser desconstruída, afinal de contas, todos nós paulistas somos descendentes de gente que matou para viver. Então, escurraçamos os imigrantes e os migrantes e pretendemos, ainda, viver o mundo do "faz de conta" que se apoia nos mais longos sobrenomes ... mal sabem suas origens verdadeiras.
  Se vocês quiserem saber mais ... vasculhem a História de São Paulo ... mas, não a contada pelos dinossauros e sim aquela que está no arquivo morto que ninguém visita.
   Acordem, porque vocês estão vivendo o grande engano e continuarão a passá-lo para as gerações vindouras.
   Desculpe-me a agressividade!

                                                           José Juliano  

domingo, 15 de maio de 2011

O Multiverso em linguagens...

   Quando falamos em linguagens ... do que estamos queremos falar ou escrever? Será que, ainda, não conseguimos compreender as linguagens que nos acercam?
   A linguagem dos olhos ... das mãos ... dos lábios ... do corpo ... dos rostos ... da voz ... do que escrevemos ... das escolhas que fazemos ... daqueles que estão ao nosso redor ... do que cantamos ... da Natureza ... do infinito ... ah, as linguagens são infinitas, assim como o multiverso o é!
   Por que somos resistentes em compreender, pelo menos, parte desta avanche linguística?
   Talvez ... Talvez ... não conseguimos perceber o óbvio ... porque ainda não estamos enamorados e apaixonados pelo pequeno raio de luz que, no momento, está nos alegrando ... enfim, pelo Ser humano e sua esplêndida capacidade de sentir paixões.
   A paixão ... maravilhosa linguagem que nos envolve de loucura e, ao mesmo tempo, de magnífica ousadia de Ser!

                                                  José Juliano

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sucateamento do Ensino Médio no Brasil! ...........................................

   Para nós já não é mais surpresa qualquer notícia sobre o sistema político de Educação no Brasil.
   A última é sobre o Ensino Médio que envolve grande maioria da juventude.
   Com perplexidade, o governo brasileiro notificou pesquisas do IBGE, em 2009, que atesta o seguinte: Os jovens não sabem fazer uma redação dissertativa ... estão mal em matemática ... precisam fazer um curso de vestibular para entrarem em uma Universidade, enfim são semi-analfabetos!
   Só agora que o governo fez esta grande descoberta! Então, resolveu tomar uma decisão, a de reorientar a Escola Média para as necessidades regionais reestruturando a grade curricular, dividida em setores, a saber: tecnologia, mercado, ciência e cultura.
   Se, por exemplo, uma região precisa mais de tecnólogos, então a concentração cairá sobre disciplinas do gênero e assim por diante!
   No entanto, o que o governo entende por tecnologia, mercado, ciência e cultura?
   Não sabemos! Isto se seus integrantes entendem alguma coisa do Ensino!
   O fato é que tal decisão do Conselho Nacional de Educação vai eliminar as disciplinas que contribuem para com a maior conscientização da juventude, tais como a Filosofia, a História, etc. Uma bela política para tolher o senso crítico das gerações atuais e vindouras.
   Continuamos com a mesma política do período Ditatorial Militar ... tudo o que suscita o "pensar" e o "criticar" é considerado elemento inútil para o desenvolvimento da Nação. Isto sem contar com o retalhamento dos professores que não são valorizados por ninguém.
   O absurdo nasceu da noite para o dia! Ninguém contestou ... ninguém se mobilizou ... apenas houve concordância! Este é o maior dos absurdos.
   Então, o que fazer?
   Realmente, o Sistema Educacional brasileiro está na UTI ... faltam verbas ... falta incentivo ... falta tudo! O pior, ninguém reclama ... ninguém faz nada!
   O que será ... o que será! O que será da juventude futuramente?
   Também não sei! Só sei que ela está sendo enganada com promessas de um país desenvolvido!
   A grande esperança! Que a própria juventude reaja e reaja com severidade!

                                                         José Juliano

sábado, 7 de maio de 2011

precisa-se de Ternura! ...

   Voltando-se para os acontecimentos recentes da História, nota-se um recrudescimento do ódio e da vingança. Devemos sim revolucionar ... mas que não haja ódio e nem violência irracional! Muitos perguntam se é possível fazer revolução sem a violência instituída ... sem as marcas do revanchismo ... sem armas sofisticadas e técnicas aprimoradas que resultam num sofrimento maior de tantas pessoas! A resposta é única: pouco ainda tentamos! Certo que toda mudança ocasiona conflitos, resistências e outras coisas mais, mas, estas não podem deixar-nos perder a sensibilidade, própria do Ser Humano.
   Todos somos devidamente contrários a qualquer ato de violência e, sobretudo, de terrorismo, este que leva multidões ao estágio indigno do medo, do receio, do pânico, da retalhação da liberdade e do direito fundamental da pessoa. Porém, não conseguimos estirpar a violência com o uso de maior violência, pois é aí que a violência se torna uma instituição.
   As massas envoltas de ódio aplaudem e fazem festas com a vitória da violência, seja de qual lado for ... é como se fossem um jogo de vídeo game ... não importa o lado, quem vence é aplaudido, condecorado, aclamado defensor do Ser humano.
   Onde estão as raízes de tanta violência e de tanto ódio? Por que não cortamos estas raízes? Será tão difícil lançar-se a tão nobre empenho? Não seria neste sentido que daríamos o primeiro impulso para uma grande Revolução?
    Na busca da compreensão do Multiverso, seria fator de ignorância juntarmos nossos aplausos em favor da violência institucionalizada, pois mal sabemos que o Humano é o agente devorador dele mesmo.
   Falta-nos a Razão e Sensibilidade ... falta-nos a Ternura e leveza do Ser!

                  José Juliano

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Beleza ...

   Temos uma História da Beleza e uma História da Feiura do grande mestre Umberco Eco.
   Beleza e Feiura ... simetria e assimetria ... estética construída. A Filosofia mergulha nestes conceitos e as coloca em "cheque", mas o senso comum não entende esta linguagem e continua a adotar os padrões simétricos encucados e condicionados em nossa escala de "valores".
   A Beleza estética não incomoda ... a Feiura estética sim! No entanto, o cerne da questão é único: perdemos o senso do olhar ontológico do "tudo existente". Já tratei deste assunto em outros momentos, mas insisto em fazê-lo, pois seguindo os padrões ditos "normais" sobre o Belo e o Feio, caimos no grande erro hodierno, o de excluir e sempre mais excluir.
   Tudo é Belo ... Tudo é Beleza, se considerarmos realidades que mal conseguimos pensar que existem. O fato é que continuamos a ser extremamente racionalistas e calculistas. O economicismoé o eixo motor dos critérios nosso VER. O utilitarismo ainda é muito forte no nosso modo de ser. Em tudo buscamos aquele prazer instantâneo e imaginário que idealizamos. Então, imersos na profunda frustração, não conseguimos experimentar o Belo que nos entorna.
   Somos felizes, por isso? Evidente que não!
   O belo estético nos fascina ... buscamos este belo para nosso deleite. Qual deleite? O instantâneo, aquele que se desconstrói quando entramos no interior dele mesmo. Quando o fazemos, percebemos que nada encontramos, a não ser a opacidade, o vazio. Mas, a sensação de possuir o belo estético é maior do que a nossa sensibilidade. Desejamos o belo estético e podemos possuí-lo, mesmo que por fraçoes de segundos, mas somente por este curto instante ... o reswto é profunda frustração!
   Já O Belo em si é o perene prazer!
   O Belo em si ... é o poeta ... é o sensível ... é o desnudo de artifícios ... é o Saber ... é o comunicar-se ... é o assimétrico ... enfim, é o inexplicável!
   Daí, a intensa busca em meio do multiverso, pois este foge dos padrões das leis físicas e metafísicas que nós mesmos legislamos, em favor da defesa dos nossos conceitos. Foge do paradigna que determinamos como "natural" e até "sobrenatural". No multiverso, tudo é o inverso do raciocínio sistemático que inventamos.
   Ao longo da nossa História, muitos já teceram vários ensaios sobre esta "inversão", mas foram condenados ao exílio e marcados pelo preconceito ... considerados suicidas e perversos!
   No momento, parece que estamos querendo abraçar o "inverso", mas, embuídos de receios e medos, só permanecemos nos discursos. Aplaudimos aqueles que, com coragem, pelo menos, escrevem algo do gênero ... apenas aplaudimos e concordamos, no entanto voamos nas esferas das meras idéias e continuamos a voar ... mais nada!
   O fato é que ainda subjaz uma forte resistência por parte de um grosso segmento social que se diz defensor dos bons costumes. Pergunto ... o que significa estes "bons costumes"? É ... o difícil é romper esta "casca" do belo estético que ainda se diz legislador de condutas.
   Assim, persistimos em querer viver no "mundo do faz de conta"!
   Terrível engano e perversa hipocrisia!
   Mas, o que importa é que o Belo em si, cada vez mais, é contemplado!

                                                                                        José Juliano

terça-feira, 3 de maio de 2011

idéias que se espalham ...

   Muito tenho insistido na revisitação das utopias.
   A insistência não é apenas uma provocação, mas sim um convite para a ação!
   O que não podemos deixar acontecer é que fiquemos somente nas idéias ... certo que, estas devem se espalhar ... mas, também devem frutificar!
   Quando escrevo sobre a necessidade de revisitar as utopias, estou insistindo para que retomemos, sim, toda a evolução do pensamento e conhecimento sistematizado e avançar de acordo com as necessidades do nosso tempo. Novas utopias podem nascer, porém não basta circular nas idéias. Viabilizá-las ... esta é a urgência!
   O poeta já cantou: "Vem vamos embora, que esperar não é saber! Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!".
   Por que ainda não assimilamos esta nova lição?

                                                                                José Juliano

segunda-feira, 2 de maio de 2011

trufas ... paixão ... revolução ...

   Em busca do entendimnto do multiverso atraímos o próprio multiverso ... não precisamos fazer tantos esforços para ir ao encontro dele, pois ele mesmo sente o nosso perfume e vem ao nosso encontro.
   Desvela-se em transparência e nos deixa perplexos ... afinal ele existe. Nele a lei da nossa física se desmantela ... polos iguais se atraem ... polos diferentes também se atraem ... a gravidade não tem o mesmo valor matemático ... tudo é contínua explosão!
   Uma caixa de trufas chegou às minhas mãos ... trufas envoltas de papel de seda vermelho ... dez trufas bem perfumadas. O número dez ... por que? Há um mistério que este número contém. Somado com o doze, seu resultado é vinte e dois. Mas, por que somá-lo com doze? Ai está o seu mistério! Por que dez? Será o número de letras de quem as enviou? Provavelmente! Mas, não interessa tanto!
   O que interessa são as trufas envoltas de papel de seda vermelho ... paixão!
   O que interessa é o pequeno cartão envelhecido que veio com elas ... nele, poucas palavras escritas ... apenas ... paixão e revolução ...
   Certo ... é maio ... é outono ... e ... as expressões se cruzam ... os olhares também ... mais intenções e belos encantos. O reencantamento da vida passa pela paixão e, embriagados pela paixão, fazemos revolução.
   Tudo parece rimar, mas no multiverso que experimentamos não há lugar para simetrias e nem ritimias ... só há assimetria e arritimia ... só há o encanto explosivo de um abraço ... de mãos se encontrando ... de sonhos se realizando ... da vida ganhando autêntico sentido. Tudo parece muito harmonioso, mas no multiverso que mergulhamos não há lugar para a harmonia ... só para a paixão e a revolução ... sim, revolução! Por que não?
   Então, o que interessa são as trufas envoltas de papel de seda vermelho!
   Belo costume que veio do "maio de 1968" ...

                                             José Juliano

domingo, 1 de maio de 2011

No dia do Trabalho ...

   Dia do Trabalho!
   Será que podemos realmente tratar do Trabalho como tal, com grande propriedade?
   Só uma coisa: Podemos considerar duas faces do Trabalho humano ... a objetiva que é a de garantir a subsistência ... a subjetiva que conté o trabalhador como "sujeito" do seu trabalho, sendo que este trabalho é motivo de sua realização e crescimento pessoal, o que implica em trabalhar naquilo que realmente gosta.
   Infelizmente, no nosso tempo, o trabalho tem como eixo propulsor o economicismo, o produtivismo, o utilitarismo e a ilusão de ser um degrau para a ascensão social. Pensa-se somete no produto e nas metas para a obtenção deste. Pouco se pensa na pessoa que trabalha ... na sua dignidade ... na sua realização e satisfação pessoal. O Capital transformou tudo em Capital e o trabalhador passou a ser também Capital ... se produz e gera lucros, então é um bom cidadão trabalhador ... se, ao contrário, logo é descartado completamente. Isto não contando a multidão que trabalha insatisfeita, pois não trabalha naquilo que gostaria de trabalhar, mas sim naquilo que o sistema exige.
   Eis, então, o absurdo!
   Pouco fazemos par que seja diferente.
   Portanto, continuemos a celebrar o "dia do trabalho" com muito "pão e circo" ... e a "roda viva" continua girar sem parar ... o que vai dar? ... não sabemos! Só sabemos que não podemos mais falar sobre o Trabalho com antes falávamos ... estamos vivendo, sim, uma escravidão bem mascarada!
   Abarm o olho! As gerações futuras cobrarão isto de nós!

                                                         José Juliano