No caminho das pesquisas, buscando um foco teórico e prático, para estruturar a espinha dorsal de uma tese doutoral, nada encontrei de agradável que pudesse ter como objeto de estudo e comunicação afável de suas conclusões.
Mesmo assim, não desisti. Procurei e busquei. Até que resolvi encontrar.
Nestes dois anos, iniciando a segunda década do século XXI, a racionalidade ocupou totalmente o lugar do sentimento humano, quase que o colocando numa fechadíssima gaiola. As dissertações de mestrado, as teses doutorais, os livros em geral, os textos jornalisticos, as crônicas e tudo mais, estão, no momento, parecendo um bloco de concreto armado. São pesados e tristes. Pouco comunicam a alegria da linguagem do amor e da poesia que a acompanha. É próprio do nosso tempo ... a perda da sensibilidade e a busca da concreticidade.
Como, então, expressar o contraponto? Como diluir este concreto que endurece os corações e transforma o ser humano em uma máquina de fazer dinheiro e solucionar "problemas"?
Neste vetor, busquei decifrar a linguagem da Arte.
Aqui, Arte, considero o tudo existente e o tudo sentido pelo próprio ser humano e expressado através de tantos jeitos. É isso aí! Buscar decodificar a linguagem expressiva e escondida no mistério da natureza e da criação humana ... no mistério das palavras e das imagens ... no mistério das entre-linhas obscuras e das metáforas arquitetadas. E, assim por diante ...
A Arte comunica sempre a linguagem do amor, da beleza e do encanto ... da perplexidade ao descobrir realidades magníficas e não saber como expressá-las na totalidade ... do sentimento e do sentido de tudo o que somos e que realizamos. A Arte é a própria linguagem querida por todos ... linguagem da música com seus infinitos gêneros ... linguagem da imaginária, que desenha e pinta os sonhos ... linguagem das flores, da mata, das cachoeiras, do mar, da Terra, dos pássaros, dos animais, dos astros e da gente, do universo e do multiverso.
Escrever sobre a Arte ... expressar-se pela Arte de escrever ... é inclinar-se sobre o sentido maior de viver que é conjugar o verbo amar!
Em meio de uma brutíssima realidade que encapsula o ser humano e tudo o que o contorna, é necessário, sim, escrever sobre a Arte como linguagem do amor. Amor, tão vulgarizado e quebrado, tão mercantilizado e usado, tão esquecido e encoberto pela ideologia mecanicista! Amor, tão mau falado e cantado! Amor, tão mau retratado!
Fenômeno esquecido e pouco apropriado. Deturpado pela dinâmica das cidades.
A Arte humana e a Arte natural. A Arte do esporte e do movimento. A Arte do "estar junto" comendo, bebendo, dançando e conversando. A Arte de amar e a da coragem de falar do amor.
No multiverso, a beleza é única! Só a sentimos e a experimentamos se conjugamos o verbo amar!
José Juliano
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