quarta-feira, 29 de junho de 2011

insensato coração ...

   No ethos hodierno, sempre se aconselha a usar mais a razão e ignorar a sensibilidade do coração. Tudo podemos decidir, se usamos a razão ... no entanto, quando agimos, atendendo as aspirações do coração, logo somos adjetivados de "insensatos" ou compulsivos.
   Por que julgar o coração de maneira tão cruel?
   Por que não ouvir o nosso coração?
   O insensato coração é aquele que se fecha aos mais nobres sentimentos ... aquele que não pulsa por amor ... aquele que não se alegra com a alegria dos outros corações ... aquele que não sabe chorar, ou não quer chorar, junto aos corações que choram ... aquele que tem medo de expressar-se em criativa poesia ... aquele que vive uma contínua hipocrisia ... aquele que guarda os mais violentos sentimentos de rancores e de vinganças ... aquele que não se permite sonhar e realizar os seus sonhos ... aquele que não se aventura e se reclusa num universo egoista e individualista ... aquele que nada comunica ... aquele que, sendo tremendamente seletivo, discrimina e exclui ... aquele que não conheceu, ainda, a beleza do multiverso e perdeu totalmente o encanto pela vida!
   Devemos, sim, usar a razão, mas não podemos permitir que esta sufoque o nosso coração, porque, então, seremos infinitamente infelizes.
   Pelo contrário ... devemos dar maior espaço à voz do coração e ao seu modo singular de Ser ... coração valente ... coração enamorado ... coração encantado ... coração vermelho e lambusado de sangue e mel ... coração indignado ... coração alegre ... coração revolucionário ... coração transparente ... coração maravilhoso que sabe comunicar a ternura e atrair ternura ... coração sem maldade ... coração poeta ... enfim ... coração de carne e não de pedra.
   Por que sufocar os sentimentos do coração? Por que maltratar tanto o nosso coração?
   Uma coisa devemos saber ... quando usamos o coração, ultrapassamos todas as fronteiras e mergulhamos no mais maravilho multiverso ... e ... começamos a experimentar a felicidade.
                                                                                   José Juliano 

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