Na estrada que nos leva a romper os preconceitos e os julgamentos precoces, tevemos ter em mente que, costumeiramente, olhamos as pessoas e, logo, procuramos detectar os defeitos que esta possui. Ao nosso entender são "defeitos" que se tornam pretextos para que julguemos e excluamos as pessoas que achamaos ser uma ameaça à nossa existência.
Tal atitude de nossa parte é sempre expressão do "medo" que possuimos ... medo de nos vermos em pessoas, pois cada um de nós é um "espelho" para os outros e estes são "espelhos" para nós mesmos. O fato é que não gostamos de nos ver no "espelho" ... então, julgamos e excluimos.
Pelo contrário, quando encontramos uma pessoa precisamos nos acostumar a perceber intensamente suas virtudes que, na realidade, são muito mais numerosas e, a partir delas, constatamos que os defeitos não existem, mas sim são um capricho de nossa imaginação auto-defensiva.
Quando buscamos as virtudes de alguém, estamos buscando a "excelência" deste alguém, sua essência, seu coração, sua alma e sua profundidade. Todos nós somos portadores de "excelências", estas que, ao serem contempladas, passam a nos encantar, pois são "excelências" que se completam.
Aqui, não estou concebendo "virtude" a partir das categorias kantianas ou iluministas, mas a partir do que é essencial na pessoa humana.
A questão é romper paradigmas. Romper preconceitos e sairmos da ignorância que somente julga e julga, perpetua o julgamento e exclui pessoas, fazendo-as sofrer.
Muitos, ainda, persistem em estudar aprofundadamente o período da Inquisição Católica no período medieval e moderno de nossa História. Para mim isto é irônico e uma absurda fuga! Por que não estudar e analisar profundamente a sociedade da qual fazemos parte, com o mesmo olhar que o fazemos para a Inquisição? Ah, se o fizermos, chegaremos à conclusão de que vivemos hoje a mais cruel Inquisição ... com torturas, exílios, condenações e pena de morte. Somos inquisidores cruéis! Nós é que não queremos assumir tal realidade.
Então, não adianta condenar a Inquisição medieval, ou o Absolutismo moderno, ou as Ditaduras repressoras, se tudo isto é expressão do nosso modo de ser singular.
O que podemos fazer ... começar e simplesmente começar. Como? Sei lá!
José Juliano
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