A ampulheta! ... É um dos símbolos que mais denota a angústia que perpassa a existência humana, pois, quando virada, representa a mais cruel unidade matemática linear inventada pelo próprio homem: o Tempo!
Tempo ... tem seu início ... tem seu fim ... não retrocede. Tempo da matéria ... da fisiologia complexa do corpo humano. Tempo ... contado, medido, registrado, lastimado e aplaudido. Tempo ... de nascer, de crescer, de saber, de amadurecer, de morrer. Tempo ... das idades, da infância, da adolescência, da juventude, da maturidade, da finitude. Tempo ... da Natureza, das Estações do ano.
Por que contar o Tempo? Por que nos avaliarmos e nos adjetivarmos dentro da linearidade do Tempo?
Corremos com tudo e tudo procuramos fazer com tremenda agilidade para melhor aproveitar o Tempo, este que, segundo nossas medidas, passa rapidamente.
Então, vivemos em função do Tempo e nos colocamos em meio dele ... o nano segundo, o segundo, o minuto, a hora, o dia, o mês, o ano, o século, o milênio. Tudo é medido ... calculado ... orientado para mais angustiar o ser humano.
Atordoados pela medida do Tempo, não conseguimos sair de tal angústia tediante e mal acreditamos na possibilidade de ir além do Tempo ... não possuimos a consciência do que somos, ou seja, o conjunto genético do "tudo existente".
Desgastamos nossos neurônios dividindo tudo em etapas e acabamos por esquecer de viver intensamente a beleza da existência. O medo de morrer supera a ousadia de Ser.
A essência que transcende o Tempo e o amor, pouco sentido por nós que gabamos da consciência que temos.
Consciência? Se a tivéssemos realmente, estaríamos livres e soltos dançando, no multiverso, a sinfonia do amor, esta que não obedece a loucura humana hermetizada na caixa do Tempo.
O amor não passa porque ele não é escala matemática, mas sim essência genética e ´"É" independentemente do Tempo.
A história é uma trama de loucuras, frustrações, culpas e lágrimas, preconceitos e grandes enganos ... tudo porque determinamos que o nosso Tempo é finito, enclausurado numa ampulheta.
Cúmulo do sarcasmo, da crueldade e do masoquismo ... cobiça desvairada, vaidade sem controle, arrogância e egoísmo exarcebado.
Melhor seria obedecer a espontaneidade da vida sem enquadrá-la na ampulheta do Tempo.
Somos escravos do Tempo.
Tornamo-nos finitos pela nossa insatisfação.
Romper o paradigma do Tempo é uma boa pedida!
José Juliano
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