Insistimos continuamente em perguntar sobre o "amanhã" do Ser humano ... da História ... do Universo em que vivemos ...enfim ... do multiverso.
Todos os níveis de experiências fazem-nos deleitar e mergulhar no êxtase de melhor compreensão do complexo multiversal. Passo a passo, construimos o triunfo do "absurdo". Aquilo que é, para nossa cosmovisão, o "absurdo", transforma-se em alto relevo substancial.
Afinal, o que é o "absurdo"?
O "absurdo" é o "absoluto" ... É tudo o que se deixa envolver e penetrar pelo incompreendido Amor, pois o Amor é o "absoluto" adjetivado, pelo nosso tempo, de louco "absurdo". Daí o pavor de entender e viver o "absoluto" "absurdo". Quando nos lançamos arriscadamente a entender e viver na carne o "absoluto", rompemos todas as esferas da parca Razão humana e, como consequência, somos flechados pela mentalidade arquitetada e sedimentada da exclamação ... "absurdo"!
Orientar-se para o "absoluto" significa, segundo o ideário hodierno, entrar para a "desordem" e "loucura", ambas punidas por tantos preconceitos ... difamações ... exclusões inadmissíveis e injustas.
No entanto, não sei se por curiosidade ou seriedade, somos impulsionados a continuar a perscrutar e desejar o alfa do tudo existente com o escopo de decodificar o seu ômega.
Por outro lado, neste movimento ousado, somos interpelados por um ideário ilusionista que busca deturpar o entendimento de tal realidade e desmotivar em abraçá-la. São caminhos alienadores que têm a pretensão de seguir a lógica, ilógica, da construção alfabética por nós organizada, afim de obtermos previsões exatas de um possível "fim" determinantemente harmonioso. Temos medo deste "fim", pois o sistema condicionou a pensá-lo de modo fatalista, afirmando que o Ser humano caminha para uma catástrofe biológica, que o planeta arderá em fogo e depois será submerso em águas e que a "desordem" será total, tudo por causa do próprio erro humano. Este "fim" tenebroso e temeroso será a seletividade e separação do que é bom e do que é mal. Só que sempre alguém sobreviverá para preservar a identidade humana.
Em tudo isto há um grande engano! O que pensamos ser algo de terrível, será maravilhoso!
O "ômega" não é um "fim" marcado por catástrofes naturais e infernais, mas sim é o "Fim" último do tudo existente, o "para que" deste tudo, o objetivo essencial da existência do "tudo". O "ômega" é a absoluta realização do "tudo existente" ... realização esta que se transforma novamente em "alfa" ... nada é linear, como pensamos ou pretendemos que seja ... tudo é explosão ... recriação ... na qual a unidade imprecisa das medidas e do tempo em si diluem-se e o movimento infinito do gerar e criar caminha fora do nosso grande esforço de lucidez.
Assim, o "alfa" que é a origem e o "ômega" que é o sentido último da existência, continuam a ser perscrutados, só que, para tal, não podemos esquecer que o Amor é sempre uma realidade envolvente e apaixonante, um risco para os esquemas da Razão, mas não podemos ter medo e nenhum receio ... o que importa é que busquemos a realização total do Ser existente em dignidade e respeito.
José Juliano
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