sábado, 30 de abril de 2011

Lembrar ... Esquecer!

   Verbos "Lembrar" e "Esquecer" ... o verbo indica uma ação bem definida ... é o ato humano! Não há entendimento de nada sem o "verbo" ... sem a ação. Então, para o ser humano pode existir a inércia? Aí é que está a chave de toda a compreensão.
   Podemos apenas dizer que existe o "conformismo", que não significa inércia, mas sempre gera a "omissão". Tudo é verbo ... "conformar-se" ... "omitir-se" ... é ação! Seu sujeito é o ser humano!
   Um verbo interessante é o "lembrar", outro é o "esquecer".
   A dúvida recai sobre o "esquecer". Conseguimos "esquecer" nossas experiências, as consideradas boas ou ruins, ao ponto de deletá-las de nossa história pessoal e, mais ainda, da História da humanidade?
   As conclusões são diversas e, também, inúmeras.
   Nada se "esquece" ... tudo é transmitido, mesmo sem o nosso consentimento. O grande canal de comunicação é a "memória genética"! Muitos contestam esta tese, mas, se adentrarmos a fundo, cada um de nós contém a totalidade do processo histórico do próprio Ser humano e o acúmulo de todas as suas experiências vividas.
   Certo que tentamos "esquecer" ... somente tentamos, pois não queremos "lembrar" e, assim, "constatar" o que somos realmente. Mas, radicalmente, a consciência pessoal ou coletiva clama pela "memória"... trazer à memória, significa um constante "lembrar" para "registrar" e para "conscientizar".
   Todo o sentido da Ciência está em resgatar esta "memória" ... em abrir a espetacular "caixinha de pandora"! E isto é maravilhoso!
   Também é certo que, neste exercício contínuo e insistente, o "lembrar" faz-nos, às vezes recuar, pois nem tudo queremos saber, embora nossa vontade é a de tudo saber. Porém, esta tentativa de querer "esquecer" é superada pela própria natureza da nossa existência. Precisamos saber tudo sobre nós mesmos ... precisamos compreender o grande "quebra-cabeça" no qual estamos inseridos e do qual surgimos ... pois, nós somos este "quebra-cabeça" ... complexo, multiverso.
   Buscamos a ciência de tudo, mas não temos a coragem de admitir o que encontramos ao obtermos a ciência deste tudo. Então, começamos a negar, a levar ao descrédito aquilo que, nós mesmos, constatamos ... passamos a censurar, a coagir, a mentir, a esconder ... caimos no inconformismo ... por que?
   O fato é que começamos a perceber que a base da natureza é extremamente "andrógena"! Eis o motivo do grande perplexo, o qual nos leva ao escândalo!
   Daí, tudo fazer para "esquecer"!
   No entanto, na natureza do "tudo existente" a "memória" é latente ... nada se "esquece".
   No nosso universo, buscamos meios para normatizar o que não conseguimos controlar. Sufocamos a natureza e não a deixamos se expandir. Por isso, sempre dizemos: somos complexos e basta. Ilusão nossa, na realidade, somos o simples ... nós é que não queremos chegar a este entendimento!
   Então, também vivemos a ilusão de que somos capazes de "esquecer"...

                                                                           José Juliano
  

Também falar de ternura e amor...

   Só uma coisa!
   Sentir o sangue ferver nas veias é sinal de grande inquietude!
   Inquietude de revolucionar e de se lançar em algo que desconstrua este universo mental que nos atormenta!
   Sabemos como fazer ... não segredo algum!
   Porém, só uma coisa, temos também que viver a intensa ternura e o inebriante amor!
   Senão, nenhuma revolução tem sentido!
   Nesta total embriaguez, são os loucos amantes que mais coragem têm de tudo revolucionar!

                                                José Juliano

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Uma Carta para você ...

   Caro amigo,
   Amanhã é o seu aniversário ... há um mês eu não escrevo para você e nem tive tempo de falamos ... é claro, estamos longe um do outro e o Atlântico nos separa. Aí já é primavera, aqui um pesado outono se avança ... recebo notícias de sua terra e você da minha.
   Eu continuo a "escrever cartas" ... e você também aprendeu comigo. A última que escrevi relatei tantas coisas ... a última que você escreveu, só me deu alegria ... você presidente da Província. Então, comecei a lembrar-me ... lembrei-me daquela noite de inverno ... caia muita neve ... jantei pela primeira vez em sua casa ... ah, que noite de conto de fadas! ... seus irmãos, sua linda mãe, seu inteligente pai. Mas, você tinha uma inquietude no coração e tudo fez para me levar para casa. Fazia frio, eu ainda não falava muito bem a sua língua e você até queria aprender a minha. Paramos na Praça ... entramos no Café e bebemos aquela cerveja alemã bem forte.
   Então, começamos a conversar ... seu sangue vermelho corria em suas veias ... as idéias começaram a fluir ... era a sociologia política que te inflamava. Você também chorou, pois sua família não queria que você seguisse este caminho ... mas, a partir daquela noite, tudo começou a mudar.
   Amanhã é o seu aniversário ... você se doutorou ... caminhou ... poeta, músico, político ... lembra-se da primeira mostra de cinema que organizamos? A idéia foi sua e o grupo todo apoiou. A cidade superlotou ... eram filmes antigos das regiões da Europa Oriental. E você me dizia ... "Se você não tivesse chegado aqui, nada disso aconteceria"!
   Que alegria quando você comunicou que seria o prefeito da cidade ... eu já estava aqui e logo lhe telefonei para desejar-lhe um bom governo.
   É, caro amigo, estes anos passaram e você não deixou morrer a utopia que eu alimentei em você e em todos aí.
   Eu! ... aqui vivo o outono ... árvores sem folhas e sem frutos ... como você bem conhece minha cidade ... só tem concreto ... estamos virando concreto também ... o pior, nossos corações já não fazem mais poesias e nem cantam canções de amor. Não vemos com nitidez as estrelas ... vivemos a inércia do cotidiano.
   Mas, não quero lamentar e nem chorar, porque amanhã é o seu aniversário ... só quero lhe mandar um abraço ... com certeza nos falaremos ... mas, escrevo para lhe dizer ... "Não desista de caminhar e não deixe sua utopia se dilacerar"! Aí ... você não está sozinho ... preocupe-se com as crianças e com a juventude, pois você também é um jovem político.
   Eu! ... aqui vivo o outono e lhe mando um recado ... Vorrei tu fossi qui!
   Tanti auguri ... caro amico!

                              José Juliano 

Lideranças ... existem! ... e suas utopias?

   Numa longa conversa com um amigo ... preocupados com o curso da História ... indagávamos sobre nossa pessoal responsabilidade para com a orientação de lideranças, sobretudo, da juventude.
   Nosso diagnóstico primário foi um pouco desolador, pois não conseguíamos ver lideranças, ousadas e pontuadas, que pusessem articular-se, afim de que viabilizassem utopias históricas que ainda estão em grandes pendências.
   Este diagnóstico, inicialmente pessimista, baseou-se na grande falta de interesse, por parte da juventude, em se atirar nos debates contemporâneos, tendo como suporte todo o conhecimento filosófico, sociológico, econômico, político, cultural, ideológico que a história humana sistematizou. Certo que, todo este processo do pensamento, na conjuntura global do atual momento, corresponde um forte ponto de partida que não pode ser ignorado. Tal conclusão chegamos, pois notamos grandes preconceitos quando, em cátedra, fazemos citações sobre a Escola de Frankfurt, sobre Marx e Engels, sobre "linhas" do pensamento que hoje são julgadas já ultrapassadas. Isto ocorre também com a Literatura, tanto brasileira como a internacional.
   Por que tal preconceito?
   A resposta não foi tão pessimista e acusativa!
   O fato é que notamos um "desencantamento" por parte das gerações jovens, com respeito a tudo o que envolve Movimentos Sociais, articulações estudantis, nos seus vários níveis, e viabilização de projetos que fogem da linha demarcatória do desenvolvimentismo populista e imediato.
   É neste ponto que entram as utopias!
   Olhando com profundidade a conjutura brasileira atual, percebemos que as coisas não vão mudar, pelo contrário, continuaremos a viver na ilusão que permeia a História do Brasil desde sua colonização pelos portugueses.
   Os que defendiam ardentemente uma Reforma Agrária, agora estão no Congresso Nacional ... por espanto, são os primeiros a questionarem qualquer inicativa que abra, pelo menos, um debate sério sobre esta pauta urgentíssima. Continuamos submissos ao latifúndio ... muitos dizem que esta conversa é ultrapassada e que abordá-la é uma grande perda de tempo. 
   Certo, vivemos na urbanidade ... muito bem ... vivemos, sim, num aglomerado desordenado, o qual chamamos de Cidade! Tudo vai mal na Cidade! O pior, a Cidade gera uma alienação sem medidas ... alienação? ... há quanto tempo não se escreve ou se fala desta palavra que até foi deletada do nosso vocabulário hodierno!
   É! E onde estão nossas lideranças juvenis? Nas Universidades? Nas periferias do centros urbanos? No campo? Na classe média? ... Sabemos que existem! Sabemos que possuem latentes utopias! Sabemos que buscam amadurecer suas consciências, mas estão desarticuladas e se sentem enfraquecidas e desencantadas!
   Culpa nossa!
   Dizemos que somos intelectuais, mas somos somente intelectuais e não intelectuais orgânicos! Acendemos o fogo e nos retiramos ... não permanecemos juntos destas lideranças ... a questão é de somente permanecer junto ... deixar caminhar e apoiar ... revolucionar juntos, sem pretensões de sermos os líderes maiores e dignatários de experiências que sufocam as novas experiências.
   Por que nos esquivamos de entrar nos debates mais inconfortáveis para os segmentos mais tradicionais da sociedade? Somos defensores da Ciência, mas conservadores nas mudanças.
   Então ... é necessário sim "revisitar", sem medo, as utopias e, não somente "revisitar", mas lançar-se na ação transformadoras das estruturas que tanto nos massacram, das quais, também, tanto reclamamos e contra as quais contestamos.
   O Brasil não vai bem ... pensamos que sim ... mas não! Hoje não há oposição ... há sim partidos com estruturas arcaicas que lutam entre si para ganharem a maior fatia do queijo. Todos estão no mesmo caldeirão ... não precisamos de muitas provas para chegarmos a esta conclusão.
   Então, o que podemos fazer? 

                                                 José Juliano     

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Revisitar as Utopias ...

   Gerações passam ... mas as utopias permanecem!
   Uma boa pergunta ... quais as utopias latentes em nós, nesta segunda década do século XXI?
   Muitos insistem em dizer que elas já não existem mais ... vivemos a Era da Realidade! do "Pé no Chão"! Mas, será que mergulhar nas utopias é sair do "chão da História"?
   São as utopias que dão dinamismo à própria História ... pensa-se no ideal e, deste, faz-se o real. O que precisamos é revisitar as utopias latentes no processo histórico da humanidade e acrescentar nossas utopias ... viver para que estas se tornem uma realidade presente ... organizar-se para isso ... lutar por isso ... saber que as utopias não morreram ... não foram deletadas ... estão latentes ... basta despertá-las com seriedade e determinação.
   Então, o que significa "revisitar" as utopias?
   No entendimento pleno da expressão, é entrelaçar o pensamento acadêmico com o do povo ... conscientizar ... formar opinião crítica, sobretudo, em meio das massas ... transformar as massas robotizadas em populações com identidade e cidadania ... aspirar pela liberdade plena ... mobilizar-se para "virar a mesa" ... sair da inércia ... prosseguir ... todos podem ser protagonistas da própria História.
   Longe de pensarmos que este seja apenas um discurso já muito arcaico ... Não É! ... Hoje temos o poder de comunicação muito ampla ... as utopias podem se entrelaçar ... povos e nações podem se mobilizar ... o tempo histórico é bem diferente e muito propício.
   Por que não alimentar as utopias? Por que não viabilizá-las na Práxis?
   Será que estamos caídos na descredibilidade de nossas forças? Será que estamos presos nas Teias da Trama da História? Será que estamos com medo de perder o que não temos? Será que já nos rendemos, definitivamente. e nada importa daqui para diante?
   Por isso ... revisitar as utopias!
   Para isso ... derrubar os "muros" dos preconceitos ... resgatar a sensibilidade e a razão!
   Ainda estamos naquela de pensar que toda Revolução gera tirania ... totalitarismo ... censuras ... coerção ... imposição! Mal sabemos que podemos fazer Revolução, cujos resultados imediatos e a longo prazo podem ser bem diferentes ... afinal, já aprendemos com nossos ancestrais, o que não devemos fazer ... por isso a necessidade de revisitar as utopias e seus efeitos ... mas, não fiquemos somente rodopiando nos efeitos considerados negativos ... pois, cada passo dado deixou um "favo de mel" a ser saboreado ... então comecemos urgentemente e nos deixemos inflamar pelas utopias ... daí, as nossas ganharão maior consistência e começarã a se tornar realidades.
   Lembre-se ... este não é apenas um discurso arcaico e em desuso ... não é apenas um discurso ... mas, sim, uma utopia a ser concretizada historicamente.

                                                         José Juliano
   

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Por que?...

   Avançando nas pesquisas e estudos sobre as diversas dimensões da Ciência, cada vez mais desconstruimos paradigmas há muito sedimentados em nosso ideário. Pouco se partilha o conteúdo resultante destes estudos, sobretudo, com os jovens da Escola Média. A justificativa sempre é a mesma! Falta de interesse por parte destes jovens! Será?
   Ora, realmente se nota uma falta de interesse. Mas, não se pergunta o porquê! As respostas nós sabemos, no entanto o maior fator que gera o desinteresse é o conteúdo engessado e enlatado que a Escola impõe a estes jovens, além de uma didática de ensino, mesmo com grandes esforços de reformulação, enfadonha.
   O conteúdo programático imposto pelo Ministério da Educação e Ministério da Cultura é terrivelmente obtuso e tem em mira um único vetor: o mercadológico!
   Então, não se pensa na História, na Geografia, na Filosofia, na Matemática, na Comunicação e Expressão de nosso vernáculo ... aliás, pensa-se sim, mas do jeito que a cúpula quer que se pense. Os livros didáticos, cada vez mais, estão parecendo "apostilas" muito mal elaboradas. A culpa é de quem os prepara? Claro que não, pois estes são pessoas de notável saber e de grande honestidade intelectual e propósito de educação na Ciência. Só que eles não se sentem na liberdade de elaborar algo mais substancioso, pois a política educacional escolar ainda é obtusa, tanto quanto a mentalidade geral que pouco investe neste setor. Dizem que ele é a prioridade ... também a saúde o é ... no entanto, tudo é conversa para fazer bebês dormirem!
   Olhando os livros didáticos da Escola Média sobre o ensino da História! Que ridículo! Estamos ainda na era das "cartilhas" ... exatamente ... "cartilhas". Tudo é tão simplificado que nenhum aluno de grande vontade terá a vontade de estudar autenticamente a História. Então, somos um povo brasileiro "sem memória" ... se a temos ... é uma "memória encartilhada e muito simplificada". Não venham dizer que não existe mais o interesse por parte dos jovens em perscrutar a Memória Histórica! Quem o afirma comete um grande engano ... um equívoco ... e conota a intenção de que é necessário que estes jovens cresçam ausentes de Memória, pois esta desmascara os discursos enrolados dos nossos dignatários dirigentes da Nação e legitimam um sistema de desenvolvimento e crescimento que só favorece a eles e seus comparsas.
   Então, por que não colaboramos para mudar tudo isto? Afirmo que tal observação não vale somente para a História, mas sim para todos os segmentos da Ciência. Enquanto, nada fizermos ... continuarão os chamados "cursinhos" para o vestibular ... verdadeiros tampões de uma deficitária política de Educação e Ensino Escolar!
   Por que não começar? Não adianta só refletir! É necessário agir! Começando pelos próprios jovens que crescem condicionados a aceitarem o "apenas suficiente" ... claro ... a maioria deles nunca sentará numa cadeira de uma Universidade ... será apenas uma multidão que produzirá rendas para o crescimento do PIB nacional. No senso comum, não vale a pena revolucionar, contestar, desafiar, mudar! O destino já está selado ... o futuro ... já está determinado.
   Insisto! É a juventude que tem que começar! Não esperar! Não se conformar! Afinal, é esta juventude que estará à frente do povo em poucos anos! Estará? Não, já está! Basta demonstrar!

                                                                                     José Juliano

terça-feira, 26 de abril de 2011

Conversando com os Universos!

   Certamente não vivemos em universos paralelos, isto porque, se assim fosse, estes não se entrecruzariam. Vivemos sim em universos entrecruzados, embora as leis físicas de cada um deles sejam até diferentes. Há diferenças, mas estas completam o grande complexo que é o Multiverso.
   Nossas vidas, nossas pessoas são também estes universos maravilhosos. Não vivemos de modo paralelo com outras pessoas, mas sim nos cruzamos, nos completamos, na medida em que aprendemos a "partilhar" tudo o que somos. Aí está o grande segredo da felicidade que arranca qualquer saudade e solidão ... "partilhar" sem medo e gerar novos universos graças às inflamáveis vibrações das "cordas" que geram sem cessar inúmeros universos.
   As vibraçòes das "cordas" equivalem às nossas sensibilidades para com os que estão tanto próximos, como distantes de nós. São os nossos mais obscuros e misteriosos sentimentos de paixão que nos reportam a distâncias nunca imagináveis ... que permitem nossos entrecruzamentos ... que nos transformam em verdadeiros universos dialogais ... universos que conversam entre si ... se completam ... se aproximam pela mágica sinergia da utopia e do amor.
   Da física conseguimos mergulhar na ontologia ... do físico estético conseguimos mergulhar no belo interior do Ser de cada universo que se entrecruza com o nosso universo singular.
   Tal realidade até foge da nossa precária compreensão ... mas, o que nos faz percebê-la é o pulsar dos nossos corações ... sinal de que a química do sangue que corre em nossas veias, fervilha de paixão!
   Por que ignorar tal realidade latente em nós?
   Ora, mesmo que queiram sufocar tão nobre sentimento ... racionalizando-o e minimizando-o ... jamais conseguirão calar a voz enamorada dos poetas!

                                                         José Juliano 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A História é assim mesmo! ... Para se lambuzar...

   Tudo o que ameaça a considerada "harmonia" torna-se agressão ao corpo social. Novas idéias, novos projetos, novos rumos, enfim tudo o que é utopia de verdade, ainda é subversão!
   Hoje, prefere-se falar de rebeldia, ou de agressor ao pudor social, ou de oposição (termo suave e irônico), ou de marginalidade. São tantos os adjetivos usados, mas também caiu em desuso o termo "subversão". Ah, isso é coisa do passado!
   Engraçado, ninguém percebe que a História é um tanto cruel e que ela é movida por sistemas caducos, estes que se mantém com grandes doses de conservantes, antibióticos, complexos vitamínicos.
   A subversão de outrora, hoje é exaltada, a subversão de hoje, hoje é ultrajada. Dá para entender?
   Por exemplo, dia 21 de abril, dia de Tiradentes! Dia da Inconfidência! Inconfidência muito mal estudada nas escolas e universidades! Tudo muito superficial! Erigiram um grande monumento a Tiradentes e o sistema o declarou "herói nacional".
   A História é assim mesmo! Persegue, difama, julga, condena e executa! Depois a subversão se torna ato de heroismo ...
   O dito "heroismo" é esquecido, ou apenas mencionado e até duvidado! O que acontece é que o sistema encampa a subversão e a torna "legal historicamente". Quem é que traz à tona os momentos de angústias e medo daqueles inconfidentes subversivos? Quem é que, em profundidade, analisa o ideário revolucionário da Inconfidência Mineira? Tudo se faz com muita superficialidade e, hoje, ainda menos!
   O Brasil não mudou! A História parece que também não mudou! Mudou num aspecto ... hoje podemos escrever livros, textos, organizar documentários, falar abertamente para um grupo restrito. No entanto, quando começamos a agir para valer, logo vem a articulação de esquemas que mais enforcam, mas sufocam e levam ao descrédito qualquer movimento que busque contestar aqueles que determinam o destino de multidões.
   A realidade do "Porão da História" sempre é encoberta pelo marketing do turismo, da boa imagem para obter ótimoas relações internacionais e assim por diante.
   Ser subversivo até virou moda! O jovem tem a roupa que vai para a escola ou universidade. Lá, ele contesta, panfleta, discorda, escreve nos jornais panfletários grandes críticas ao sistema vigente. Depois, vai para a balada, reúne sua tribo, tem a roupa de grife, mesmo que esta seja de agressão ... mas nada faz! É moda contestar! Os outros segmentos sociais só lamentam, esperneiam, criticam ... mas nada fazem!
   Até novela sobre a Guerrilha do Araguaia tem! Pelo visto com grande IBOPE! Teses sobre as torturas, os esquemas traumáticos da ditadura, a ideologia positivista, etc ... tudo virou moda e curiosidade! Mas, nada se faz para romper o sistema que ainda mantém o latifúndio ... onde está a esperada Reforma Agrária? Só promessa ... que pelo jeito será difícil de ser cumprida! Nada se faz para tirar os "colarinhos brancos" do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Municipais ... onde está a esperada Reforma Política?
   Já estamos fartos de debates intelectuais sobre Crescimento econômico, acessibilidade e inclusão social ... tudo viropu moda e bandeira eleitoral ... depois, por um período tudo se esquece.
  O "Porão da História" está inflado de gente marginalizada, esquecida, humilhada, empobrecida e desiludida.
   No dia da Inconfidência Mineira ... é bom pensar no que significa ser ainda "subversivo". Eu, só para mim, já conclui. O "subversivo" é aquele que não somente pensa, fala, escreve ... mas, sim aquele que se lambuza em meio do lixo que contém os restos e as sobras dos banquetes, nos quais se determina o futuro de uma nação. É, se lambuzando neste lixo que entendemos melhor, que deixamos de lado o ideal de ser herói e optamos pela subversão!
   
                                   José Juliano 
   

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Internautas! ... O que fazer?

   Perguntas e mais perguntas. Será que são somente questões ou interrogações?
   Há sentido em fazer perguntas e perguntar e perguntar?
   Ignoramos as perguntas que nos fazem. Mais colocamos em prática o verbo "ignorar"! Por que, então, ignoramos? Será porque nossas respostas já estão caducas? Ou será porque não temos respostas!
   A incapacidade de responder conota nossa aridez em experiências. Experiências não faltam em nossas vidas, mas pouco conseguimos vivê-las intensamente. Todos dizem: "Tudo passa"! Grande mentira! Nada passa, se passa algum perfume deixa, ou, pior, algumas feridas se abrem.
   Acreditamos que somos expertos em experiências ... acreditar é uma coisa ... comunicar, na vida cotidiana, tais experiências é outra! Bem que eu gostaria de estar no meio das ondas da informática, só para conhecer vocês que são internautas. O que pensam, o que sentem, como são, sei lá!
   Será que eu sou um internauta? Não sei! Mas, só sei que meu grande anseio é o de provocá-los, no melhor sentido deste verbo ... provocar ... para revolucionar ... revolucionar tudo ... da pessoa ao multiverso ... porque continuar como está, não é mais possível.
   Amigos, professores universitários, sempre dizem ... Não adianta provocar! As utopias morreram! A nomenclatura também morreu! Para que pensar em revolução? Ler Marx é coisa do passado ... o intelectual orgânico de Gramsci, então, está no sebo por dois reais ... acreditar na juventude ... nem pensar! Lá, no Egito, não foi a juventude que derrubou o ditador ... ela nem estáva aí ... o que queria era mais liberdade para fazer o que quer! Não adianta! Internautas? Cuidado!
   Este é o parecer da grande maioria dos profissionais do pensamento!
   Então, internautas, o que fazer?
   Será que vivemos sonhos virtuais? Será que esta é a realidade mesma?
   Será que só pensamos em revolução quando passamos pela Universidade? Quando ainda somos jovens? E depois? Viramos o que?
   Sei lá!

          José Juliano 

Entre linhas ... Universos paralelos ...

   A música é aquela realidade que mais expressa a multiversidade existente. É matemática, é Física, é Sentimento, é infinita combinação, é algo que somente podemos compreender nas "entre linhas" dos "Universos paralelos, dos entrecruzados e emaranhados".
   De todo este efeito, a expressão é sonora e poética ... cada nota musical é uma linguagem a ser decodificada ... cada palavra, que se torna poesia, esconde a pessoa de cada um de nós ... sobretudo ... nossos maiores sentimentos atuais. Por isso, a música nunca envelhece ... sempre é nova em todos os tempos. Assim, transcrevo a composição de Chico Buarque "Pedaço de mim!", que ele canta com Zizi Possi. Nas entre linhas está o multiverso que somos:

   Oh, pedaço de mim,
   oh, metade afastada de mim,
   leva o teu olhar, que a saudade é o pior tormento,
   é pior do que o esquecimento, é pior do que se entravar.

   Oh, pedaço de mim,
   oh, metade exilada de mim,
   leva os teus sinais, que a saudade dói como um barco,
   que aos poucos despede um arco e evita atracar no cais.

   Oh, pedaço de mim,
   oh, metade arrancada de mim,
   leva o luto teu, que a saudade é um revés de um parto,
   a saudade é um belo parto de um filho que já morreu.

   Oh, pedaço de mim,
   oh, metade ambutada de mim,
   leva o que há de ti, que a saudade dói latejada,
   e, assim, como lampiscada no membro que já perdi.

   Oh, pedaço de mim,
   oh, metade adorada de mim,
   lava os olhos meus, que a saudade é o pior castigo,
   e eu não quero levar comigo a mortalha do amor.
   Adeus!

   Esta música nos transporta a latitudes e longitudes nas quais temos gente que mora no coração.
   Bem escreveu Albert Einstein: " Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor. Saiba. Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, conquistará o mundo" ... 
   Mergulhando no Multiverso começamos a entender melhor tudo isto!

         José Juliano

Pai, afasta de mim este Cálice! De vinho tinto de Sangue!

   Estamos na tão desejada Semana Santa! Independentemente da religião ou credo, esta Semana pretende falar-nos alguma coisa por demais profunda! É a Páscoa! A Páscoa dos cristão e dos judeus ... a Páscoa de de todos os povos e nações, a palavra significa "Passagem".
   Passagem da escravidão para a Liberdade ... Passagem da ignorância para a Conscientização ... Passagem da cegueira para a total Visão ... Passagem da indiferença para o Compromisso ... Passagem da ilusão para a Realidade concreta ... Passagem do conformismo para a Práxis, ação que transforma tudo ... Passagem do anonimato para a Identidade ... Passagem do somente TER para SER para o SER ... Passagem da mudez para a Viva Voz ... Passagem da apatia para a Sensibilidade ... enfim, Passagem de algo para algo mais humano!
   Num passado, não muito remoto, mas que as gerações atuais já esqueceram, ouvíamos e sentíamos na carne a voz docantor e poeta Chico Buarque de Holanda ... "Pai, afasta de mim este Cálice! Pai, afasta de mim este Cálice! Pai, afasta de mim este Cálice! De vinho tinto de Sangue!". O momento talvez era diferente porque havia a Ditadura, a prisão de amigos e amigas e o sufoco da censura. Hoje? O momento talvez não seja tão diferente, mas carrega, ainda, esta voz que canta "Pai, afasta de mim este Cálice! De vinho tinto de Sangue!
   Mas como? Todos perguntam perplexos!
   Vivemos tempos diferentes! Respondem cinicamente!
   A linha de pobreza no Brasil já quase não existe mais! O bacalhau, que era um prato de rico, agora também está na mesa de todos! Temos viradas culturais! Cultura em abundância! Cartões de créditos! Falar de pobres, hoje em dia, é coisa de "esquedistas nostalgicos"!
   Ah, semana santa! Onde contamos nossos pecados individuais e não os pecados sociais e estruturais!
   Pecado? Isto é coisa de religião!
   Parece ser, mas não é!
   Pela manhã, às 7h, quem já viu a angústia dos ignorados e mal cheirosos, os moradores de rua? Crianças, jovens, anciãos, mulheres e homens ... uma multidão que forra nossa Cidade, há pouco, elevada como Metrópole do Mundo. Mas, o pior! No sono intranquilo, são despertados pelos jatos d'água, daqueles caminhões pipa, mandados pela prefeitura para limpar a Cidade. Limpar? Limpar a Cidade de sua vergonha! Vergonha? Sim! O descuidado para com a pessoa humana! Que angústia! Angústia de ver todos estes se despertarem apavorados, carregarem suas coisas molhadas e continuarem a vagar pela Cidade, em meio de suas Torres de concretos e Torres que a condecoram como metrópole da comunicação.
   Nossos neurônios fervem de indignação ... com esta multidão ... sem contar com aquela que está nos corredores dos hospitais, implorando cuidado ... sem contar aquela que está nas escolas públicas, implorando acessibilidade ao saber ... sem contar aquela que vaga pela própria Cidade procurando trabalho e aceitando até a escravidão, pois o salário não dá nem para a condução, que aqui é a mais cara do mundo ... sem contar aquela multidão de jovens que, por viver as desilusões do descuidado, está começando a acreditar que está fracassada!
   Com estas multidões, a indignação aumenta! Só resta trazer de volta a voz do cantor e poeta e, com ele, cantar:
   "PAI, AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE! PAI, AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE! pAI, AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE! DE VINHO TINTO DE SANGUE!
                                        José Juliano

sábado, 16 de abril de 2011

O que será ,,, que será!

      O que será ... que será se não  tivermos a compreensão de que devemos tomar uma atitude diante dos fatos tanto do nosso cotidiano, como do mundo global!
      Os poetas ainda continuam sendo perseguidos ,,, a raiz do motivo é o político, é a resistência, o inconformismo diante da censura, da prepotência dos que governam ... do circo que faz adormecer as consciências!
       O jornal, hoje, traz em manchete ... UM ARTISTA NO PAREDÃO ... A PRISÃO DO ARTISTA CHINÊS AI WEIWEI! Um artista que saiu do "Porão da História" ... contestou através da linguagem da Arte! Para justificar sua prisão, ao mundo não podem dizer que a causa é a constestação ... não fica bem para as relações econômicas internacionais ainda demonstrar que há ditaduras! Máscara da História, pois até no meio em que vivemos somos coagidos a dizer o que querem que eles digam ... engano pensar que nos livramos dos ditadores ... só mudaram de rostos ... dizem ter sentimentos e até proteger os mais fracos. Não é mais negócio demonstrar-se como titaria.
      Então, quais acusações fazer? Ah, hoje, ou talvez sempre, o que mais se faz sentir é tocar na moral! O artista foi acusado de não pagar o fisco e de divulgar pornografia, de corromper a juventude! Esta é a mais covarde atitude dos que estão à frente das decisões sobre o destino da pobre humanidade! Difamar o poeta e o artista ... difamar aquele que sonha e luta para realizar seus maiores sonhos. Mas, estes sonhos parecem ameaçar aqueles que estão nos cargos do comando, então basta usar a opinião pública e manipulá-la.
      Daí se vasculha a vida do poeta e do artista ... acusações são publicadas ... ah, o poeta é homossexual ... não é correto diante do fisco ... faz parte de círculos duvidosos ... escreve coisas que não nos interessa ... a trama faz opinião ... e o poeta é desonrado! Grande covardia! A massa, ignorante, começa a atirar pedras! Mal sabe ela que aqueles que acusam o poeta são mais imorais, pois vivem com múltiplas máscaras e passam por benfeitores dos fragilizados!
      Assim, a história sempre se repete ... o poeta é deletado e os espertos continuam a fazer o que querem!
      O que será destes espertos? Continuarão a ditar ordens e regras ... a viver a grande ilusão de que são donos do mundo! Eles são tão frágeis que usam armas táo idiotas!
      O que será do poeta? Ah, ele vai multiplicar sua poesia ... continuar a contestar ... até vai morrer para o esquema que o condenou ... vai ser deletado. No entanto, muitos poetas surgirão! 
      É lamentável que tudo isto continue a ocorrer ... nem por isso deixaremos de contemplar a Beleza do Multiverso ... fazer parte dele ... continuar a sonhar e lutar para o que sonhamos se torne realidade!

      José Juliano 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A sensação de mergulhar no Multiverso ...

    Certamente temos que estar muito bem preparados para nos lançarmos em mergulho no Multiverso!
    Entramos por portais aparentemente estranhos à nossa natureza e experimentamos sensações próprias da multiversidade. O fato é que estamos acostumados com a Universidade, realidade que contém a Multiversidade e não percebemos. Nossos olhares são sempre unívocos e, por isso, fragmentados ou departamentados ... só queremos ver o que nos interessa e ignoramos o restante.
    Para muitos e muitos, a Multiversidade é um absurdo, um escândalo, um desconforto! Ora, nós, em nossa singularidade, somos Multiversidade. Não somos nem unipolares e muito menos bipolares ... somos um complexo ainda por explorado ... se conhecessemos a nós mesmos em nossa particularidade, certo que cairíamos em pânico, em total escândalo e desespero, pois somos quase que incapazes de nos aceitar e, se o fazemos, passamos viver ilusões que mascarem nossa realidade pessoal multiversa.
    Para outros, a Multiversidade é grande deleite ... liberdade de Ser ... transitar sem medo pelos Universos Paralelos ... explorar intensamente cada Universo ... sentir a sensação maravilhosa do encontro com realidades diversas ... inserir-se nelas e transcender-se de qualquer nível que possa obstacular o contato com o infinito, com as infinitas possibilidades. Não há escândalo, não há julgamentos precoces ... o que há é o exercício puro da sabedoria e da sensibilidade. O Amor é a única realidade que nos "enlouquece" e faz-nos mergulhar inteiramente no Multiverso. E isto é maravilhoso!
    Justamente por isso que o poeta é o primeiro a lançar-se nesta boa aventura. Encatados pelos poeta, motivados por sua alegria e beleza, despertamos o amor adormecido e mergulhamos nas mais vastas sensações do Multiverso.
                                                     José Juliano

Mergulhando no Multiverso!

    O tempo parecem não estar propício para manifestar nosso saber. Parece que linguagens não são compreendidas, pois há muitas falácias e pouca disponibilidade de viver a multiversidade.
    Conviver perenemente com ela requer elementos de compreensão que vão aquém das vaidades e do orgulho próprio. Por outro lado, as mentes já estão calcificadas na ilusão do TER isto e aquilo ... berros e gritos de ira, ditas de indignação, ecoam quando os poetas esvrevem seus versos, os literatos colocam em público suas idéias, os filósofos exortam para parar e pensar, os cientistas demonstram suas pesquisas, os músicos cantam a beleza da multiversidade e os apaixonados querem avançar na História e desvelá-la para melhor entendimento do que ainda temos por fazer.
    Aqueles que mais defendem a acessibilidade, o respeito à diversidade, o respeito aos Direitos da pessoa ... são os que se enraivecem quando tudo isto começa a acontecer de fato. Falam alto, choram, boicotam, tramam, dizem sentirem-se feridos ... tudo para não perderem o status quo que os matém.
    Só falácias e hipocrisias patronais ... na realidade, o que querem é manter ao entorno um grupo de vassalos e servos e sentirem-se donos ou proprietários das consciências.
    Mergulhar no Multiverso significa mudar radicalmente de mentalidade e de atitudes.
    Significa "respeitar", "dialogar" e não se vangloriar!
    Somos ricos em experiências ... que sejam bem-vindas! No entanto, novas experiências despontam ... por que rejeitá-las e achar que somente aquelas já vividas são as únicas e perfeitas? Por que não avançar?
    A Era dos ignóbeis títulos de Madame, Barão, Condessa, Comendador, etc, já passou! A Era de paletós repletos de medalhas, como que um currículo que pode ser enferrujado, também já passou! Porém, ainda subjaz um ranço de tudo isto que sufoca as almas dos poetas e retardam a experiência de transpor os portais do Multiverso.
    Ainda vejo por aí tantas pessoas se esnobarem por vialarem tanto ... para a Europa, Austrália, Norte-América e assim vai! Quem viveu na Europa por sete anos não se envaidece por isso porque viveu no meio daquele povo que não vive só do imaginário romântico criado pelo ideário dos brasileiros. Aquele povo vive também o desemprego, a insatisfação com a educação e saúde, a indignação das migrações, o lamento da juventude e as discórdias políticas e econômicas. Aí sim! A experiência é real e não aparente. Hoje, na globalização em que vivemos, tal tipo de júbilo já não merece tanto crédito.
    Como, então, mergulhar no Multiverso?
    A resposta não é muito agradável ... tirar a capa da prepotência ... desvestir-se da ignorância ... colocar-se a pensar e refletir ... abraçar a inteligência e amaducer-se em sensibilidade ... conscientizar-se que não somos sozinhos nem no planeta em que vivemos, nem menos no Universo ao qual pertencemos ... simplesmente estar juntos ... não competir e sim somar ... não ter medo de perder o que nunca tivemos a não por ilusão ... enfim, inaugurar definitivamente uma nova civilização.
                                                                          José Juliano.    

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ficção ou Realidade?...(Parte III)

                                                                            IV

   O silêncio nada mais era do que um retroceder no tempo! Memória, saudades, lembranças de uma infância e adolescência vividas em Trambé.
   Talvez aquela velha afirmação - Como era bom aquele tempo!
   Realmente ... Como era bom aquele tempo em que Pedro e Paulo eram crianças e depois adolescentes!
   Não eram uma dupla, mas com eles estava também o Nicolau.
   Conheceram-se timidamente no primeiro ano primário ... lá no colégio das irmãs da Paixão. Muita travessura e preocupação causaram. Era o tempo em que todos os meninos de Trambé também queriam ser coroinhas do padre Alberto ... um descendente de italiano, nervoso por causa de sua úlcera no estômago, severo, mas também brincalhão. Saudades dos cineminhas nas tardes de domingo ... tudo ainda era em preto e branco e se assistia o Gordo e o Magro, e os filmes de Charles Chaplin ... cinema mudo que causava risadas e emoções.
   No domingo o sino da igreja tocava chamando para a missa das crianças ... era uma festa!
   Os quatro anos de primário passaram rapidamente!
   Fizeram o exame de admissão para entrarem no ginásio ... estudaram muito e conseguiram.
   Os professores e professaras eram diferentes ... a que mais se destacava era a irmão Maria Lúcia que até jogava bola com eles. Tocavam na fanfarra que sempre foi premiada nos desfiles públicos. Despertaram-se para a adolescência e começaram os bailinhos nas garagens ... tudo começou a mudar ... os namoros e as amizades se ampliaram ... quem não conhecia Pedro em Trambé?
   Muito ágil no raciocínio ... falante e bom estudante ... terminou o ginásio e começou o colegial.
   Tão logo, aprendeu a lição! Cantou as músicas dos Beatles e começou a conhecer o outro lado do rio ... a grande Cidade, sempre rejeitada por Trambé. A cosnciência mudou e cresceu ... Pedro, Nicolau, Paulo, Clarinha, Terezinha, Eliana, Duda, Ditinho e tantos ... os questionamentos também surgiram!
   Por que?
   Quando ainda crianças, a semana santa de Trambé reunia uma grande multidão. Gente que vinha dos bairros vizinhos. A procissão do senhor morto parecia um grande formigueiro ... todos com uma vela acesa nas mãos, sob o som da banda do Força Pública, tocando as marchas fúnebres, percorriam as acidentadas ruas do lugarejo. Várias vexes a procissão parava ... a matraca tocava ... e a verônica cantava em latim fazendo todo mundo chorar. Era a voz da Marlene! Mulher bonita e fervorosa! Não era só na sexta-feira santa que cantava ... também cantava na missa das 6 da tarde. Sua voz emocionava e também encatava.
   Um dia Marlene mudou-se de Trambé ... de repente foi para longe ... ninguém soube para onde.
   Na praça de Trambé, depois de alguns anos, a turma de Pedro perguntou: Por que a Marlene sumiu?
   - Ah! Respondeu seriamente o Carlinhos. - Vocês nunca souberam?
   Todos, com olhares curiosos se voltaram para ele em busca de uma explicação.
   -O caso foi este, começou a contar Carlinhos: - Marlene se apaixonou por um militar. Ele era casado e tiveram um romance.
   - E ela perdeu a virgindade? Perguntou o fofoqueiro do Edson.
   - Se eu disse que tiveram um romance é porque ela também engravidou! Respondeu Carlinhos. - Mas, a Berenice, mulher do tal militar descobriu e foi correndo contar para o padre Alberto e o padre contou prá todo mundo. Foi difamada e expulsa da sua casa e da igreja. Ninguém mais a comprimentava e nem olhava para ela. Então, teve que mudar da noite para o dia. Dizem que ela foi para o outro lado da cidade e teve o filho do militar.
   Todos ficaram perplexos e houve uma grande reação.
   Por que? Justo a Marlene! O padre a expulsou da igreja? Por que ninguém contou para nós! Vamos procurar a Marlene!
   Em meio destas perguntas e outras mais, Pedro, meio alterado, disse: - Quanta hipocrisia! A Marlene não merecia ser tratada desse jeito!
   Lurdinha, uma menina legal, logo acrescentou: - Concordo! O povo de Trambé não entende de nada! Vive somente de fachada! Ninguém também aceita a gente! Acham que nós somos modernos demais, só porque estudamos, gostamos de música, cantamos, dançamos, fazemos trilhas na Serra e já não engolimos tudos o que nos ensinam. A irmão Maria Alexandrna tem toda a razão! Devemos começar a voar com nossas próprias asas!
   Saudades! As pequenas águias de Trambém começavam a se despertar e queria voar!

              José Juliano.
   

domingo, 10 de abril de 2011

Um intervalo aos navegantes!

   A ficção ou realidade! Trata-se de uma auto-biografia. Os nomes são fictícios, mas as experiências registradas são notavelmente reais.
   São pequenos "pedaços de mim" que trazem o acúmulos de minha vida intelectual, social, histórica, pessoal e interior.
    Acompanhem e opinem, isto se quiserem e busquem decodificar o que stá atrás das linhas e das palavras. Não faço isso por acaso, para partilhar minha história, minha posição diante do Multiverso e minha transparência diante de todos.

         José Juliano

Ficção ou Realidade? (Parte II)

                                                                     I
    Iniciando o século XXI, viu-se, naquela manhã de 11 de setembro de 2001, via direta, a queda das Duas Torres Gêmeas, marco do poder Norte Americano. Para todos, as cenas de terror e lamento causaram indignação.
    Iniciando a 2ª década do mesmo século, naquela tarde de quinta-feira do outonal abril, em Trambé, viu-se aquele corpo jovem caido no altar da igreja matriz, embebido de sangue e mistério. Os jornais da Nação não registraram este fato, mas sim aquele do Realengo. Um jovem, dito desvairado e assassino, matou a queima-roupa 11 adolescentes dentro de uma escola pública e, depois, matou-se a si mesmo.
    Os efeitos do "bullyng". Ninguém pensou nisto!
    Trambé, de um rotineiro lugarejo, tornou-se um requintado bairro da metrópole que não pára de crescer. Nele tudo mudou. Até suicídio ou se sabe o que, na igreja matriz aconteceu. Murmúrios secretos deixam o fato correr. Mistério. Suicídio. Assassinato. Bullyng.
    Numa revista se leu - "Natureza e Poesia formam uma grande sinfonia!". Em Trambé há a Natureza, mas a poesia foi sufocada pela hipocresia das novas gerações. Os poetas, camuflados nos barzinhos, em meio da noite adentro, reunem-se para poderem desabafar seus sonhos e poesias, Vivem no "Porão da História", sem poderem executar a sinfonia que compõem.
    Diante do corpo jovem caído no altar da matriz de Trambé, a história deste antigo lugarejo começa a se desvelar. A maioria tem medo, pois as máscaras poderão cair. Por isso, decreta-se o "silêncio". Mas, os poetas de Trambé, resolveram sair do "Porão" e tecer a ficção que não é ficção, a realidade que é realidade, na verdade, a história de Trambé!

                                                                II

    Pelas ruas de Trambé, num passado não muito distante, dois amigos passeavam. Era Verão, o ar refrescante da Serra criava um cenário e um clima propício para se andar em meio da noite. Numa praça bem arborizada, estes alí ficaram. Conversavam sobre as Faculdades que cursavam, relatavam, entre si, os duros acontecimentos que provocavam coragem de lutar. Acontecimentos ... efeitos da Ditadura Militar.
    Pedro cursava História na tradicional Universidade da Cidade e Paulo estudava arquitetura na mesma Universidade. Mas, um assunto mais provocante veio à tona. Esudando História das Mentalidades, Pedro perguntou: - Por que a Paixão é também motivo de tanta perplexidade? Na faculdade, todos são apaixonados, mas ninguém fala da paixão!
    Paulo, sem respota imediata, silenciou-se. Ambos ficaram em silêncio, madrugad adentro.
    Trambé, fez nascer um poeta que pensava a revolução junto com a paixão.
    Este poeta é o que viu o corpo jovem caído no altar da matriz de Trambé. Personagem ... escritor ... resolveu escrever para ninguém esquecer. Resolveu ser sinal de contradição. Resolveu ser ele mesmo. Por isso, logo entendeu o porquê daquele corpo jovem caído no altar.

          José Juliano 

   

sábado, 9 de abril de 2011

Ficção ou Realidade? [ parte I]

Prólogo

   Escrever, em nosso tempo, torna-se uma "arte", pois os recursos linguísticos não exigem tanto a sistemática de um estilo literário unívoco. Nesta liberdade de expressão e comunicação, conseguimos tudo entralaçar e, assim, escrever para subentender. É a maravilha da própria "arte" de escrever cujo produto pode ser, para muitos, uma ficção e para outros muitos uma Realidade.
   Usando as ferramentas da Ciência, os trocadilhos da linguagem, a experiência histórica, os frutos do pensar ... tecemos linhas que podem cair na imaginária de cada pessoa e colocá-la nos cenários que criamos, fazendo-as protagonistas fa Ficção-Realidade que arquitetamos.
   Nada é escrito por acaso, isto se considerarmos tal "arte" como autêntica "arte".
   Então apresento "Ficção ou Realidade?" ... oútros títulos poderão ser sugeridos ... títulos mais atraentes ... mas, é você que vai se identificar e determinar se é uma mra "Ficção" ou "Realidade" vivida no cotidiano.
   A mim, resta apenas a escrever, manifestar as entrelinhas que meus neurônios, como que um arquivo sem dimensões, com a coragem permitem-me registrar com meus próprios punhos.
   Portanto, entrando pelo "portal" de um dos Universos, reuno todos os substantivos, adjetivos, advérbios e verbos para agora começar a registrar uma Saga na qual todos nós somos seus principais personagens.
  
                                                                         I

   Distante do centro da grande metrópole, atravessando o rio no sentido norte, um lugarejo em meio da Mata Atlântica e cercado pela grande Serra, reunia uma parca população, mesclada de portugueses, italianos, holandeses, alemães, austríacos e franceses. Já na segunda década do século passado, multiplicaram-se seus descendentes e alí floresceu um saudável lugar para se habitar.
   A metrópole dinamizava-se com o crescimento econômico. As fábricas atraiam imigrantes e tantos desta terra de Piratininga. A modernidade chegou para ficar e tudo se revolucionou. Uma grande Universidade foi fundada e um grande "arranha-céu" foi construído. O bonde, os carros, e outros veículos substituíra as antigas charretes. A Cidade começou a ter rosto de Cidade européia, mesmo com o Movimento que tanto escandalizou, a da "Semana da Arte Moderna".
   O centro da Cidade irradia modernidade e fascinava, mas do outro lado do rio, encostado na Serra, alí estava aquele vislumbrante lugarejo, tido até como interior da Cidade.
   A rotina deste lugar parecia ser contra a da Cidade, tanto é que construíram uma pequena e clássica igreja colocando sua frente para a Serra e suas costas para o sentido da Cidade. Acaso ou não, uma maneira de contestar o turbulento ritmo metropolitano. Para lá chegar, só com o trenzinho que saia da Cidade e atravessava o rio, entrava na Mata e descansava na última estação, situada no sopé da Serra.
   Por outro lado, foi dado um nome a este lugarejo ... Trambé. O porquê não se sabe. Só se sabe que quem chega nela não quer sair mais. Trambé, a terra admirável da Mata, dos pássaros, das cachoeiras, das frutas doces e flores de cores nunca pensadas pelos mais ilustres pintores. Ar rarefeito, puro, ruas arborizadas. Ambiente propíocio para a vida saudável.
   Sua gente requintada e um tanto caipira para a Cidade. Não importava o conceito da gente urbana, mas sim a tranquilidade e realização dos sonhos campestres.
   Poetas, boêmios, dedicados ao cultivo e respeito à natureza ... gente cheia de segredos ... gente boa.
   No entanto, mistérios guardava toda esta gente.

                                                                     II

   Getúlio venceu a Revolução de 1932.
   O verão fazia de Trambé uma estância de descanso. A chuva de fevereiro caia fortemente. Raios e trovôes levavam as pessoas a queimarem as palmas secas bentas no Domingo de Ramos, afim de que passasse a fúria da natureza.
   Fevereiro!
   A noite iluminada com luz fraca. A chuva não parava. Era, talvez uma quinta-feira. Um movimento estranho sentia-se entre as ruas e alguém dizia: - O Padre Breno está morrendo! Ouvia-se o sino dobrar em lamento e outros diziam: - Ele vai descansar porque foi muito maltrado e zombado. Coitado, que descanse em paz!
   Ao lado da igreja, na sertaneja casa paroquial, ouvia-se a reza do terço por um grupo de piedosas mulheres. No quarto, deitado sobre um colchão de palha, estava o velho padre, sofegando e agonizando. Ao seu lado estava o médico, um jovem sacerdote e sua irmã mais velha.
   Padre Breno fez um sinal, como que chamando o jovem padre. Este aproximou-se e em sussurro disse: - Padre Breno, não se canse! Mas, o velho padre, soluçando, respondeu: - Saiba, jovem padre, este lugar é bonito demais, só que nele está enterrado algo de estranho! Acho que é maldição!
   Dito isto exspirou.
   O tempo passou. As palavras do Padre Breno foram registradas no livro do Tombo da paróquia de Trambé.
   O milênio virou. Grande festa. Trambé se modernizou.
   Só que, numa quinta-feira, duas senhoras entraram na clássica igreja de Trambé para rezar. Não deu hum minuto. Ouviu-se um grito. Todos correram para ver o que aconteceu. Espantados viram um corpo caído no altar da igreja de Trambé. Corpo jovem. Corpo de militar. O sangue lavou o chão do altar. Mistério para todos.
   Então, começa a nossa ficção-realidade!

                            José Juliano.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Saga de nossas vidas!

   Não é muito comum, sobretudo nos dias de hoje, partilhar, em público, nossas idéias pessoais, nosso estilo de vida, os fatos que, no cotidiano, marcam nossa história pessoal e assim por diante.
   Tudo isto porque, como sempre escrevo, preferimos viver no anonimato, pois é demasiadamente cômodo e nada comprometedor. Assim, não opinamos, não nos expressamos, não comunicamos, não nos apresentamos e não estabelecemos um diálogo aberto com as pessoas em geral. Sinceramente, não apresentamos nosso rosto e acabamos por apenas viver o encolhimento das nossas aspirações.
   Sinto a necessidade de escrever! Escrevo e escrevo muito! Ordeno minhas idéias para melhor me conhecer e, assim, deixar-me ser conhecido! Escrevo "cartas" com meu próprio punho e muitas "cartas", cada qual com uma pequena "linha" da minha existência. Tenho, então, fragmentos de mim nas mão de muitas pessoas, como que uma biografia sendo construída e que será compreendida se for juntada como um quebra-cabeças.
   Então, começarei esta Saga! Desvelar-me a vocês! Realmente é uma Saga, mas é ótimo suscitar provocações e interrogações, pois ...

            José Juliano

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Fragmento de Amor! ................

   Ainda perguntamos hoje: O que é Ser Humano? Respostas encontramos, mas buscamos, como o velho Diógenes com sua pobre lanterna, um Ser humano!
   Pior é a pergunta que alguém hoje me fez: O que é o Amor?
   Ah, gaguejei, não consegui me expressar. Daí a retomada de uma antiga idéia, a de elaborar um Tratado Filosófico sério sobre o Amor. Mas, onde encontrar consistência para tal empenho?
   Vim para casa pensando sobre o "como" iniciarei este necessário Tratado. Será mesmo que é necessário? Evidente que sim, pois a brutalidade humana é o sintoma de um profundo fechamento ao Amor. Amor? Tantas pessoas falam dele, multidões clamam por ele. No entanto, distorcemos o seu sentido e flutuamos na superfície daquilo que pensamos Ser o Amor.
   O que tenho em mãos são apenas "fragmentos de Amor" e vocês ainda perguntarão o porquê escrevo a palavra Amor com o "A" maiúsculo. Mero detalhe ... não importa se escrevo com maiúscula ou minúscula ... o amor é amor e simplesmente o amor. Nele não há medidas, pois eu não amo mais alguém do que outro alguém, simplesmente "amo".
   O verbo "Amar" é totalmente diferente do verbo "Gostar". Posso gostar mais do vermelho do que do azul e vice-versa. Aí sim coloco medidas!
   O Amor não permite ser medido ... ele simplesmente "é"!
   Então decidi. Vou iniciar a escrever sobre o Amor. Nem tudo poderei colocar neste blog, mas vocês poderão ajudar-me a escrever.
   Só uma coisa! Para escrever sobre o Amor é vitalmente necesário Amar!
   A Beleza que irradia o encanto do multiverso, nada mais é do que o Amor!
                                                                                                                         José Juliano.

sábado, 2 de abril de 2011

Ontem ... hoje! O que mudou?

   Não precisamos ir tão longe! A questão do Tempo e do Espaço é mera formulação matemática!
   Para o poeta, a História é importante; para o Historiador, a poesia é importante; para ambos, a Filosofia é importante; para o Filósofo, tudo é importante. Enfim, poeta, historiador, filósofo, compositor, cineasta, cientista ,,, todos se encontram em um mesmo "lugar" e se abraçam, caminham juntos, constróem juntos e esquecem das formalidades que fragmentam e que demarcam "o que é" e "o que não é" ... simplesmente buscam!
   Diante da perplexidade da modernidade, o lirismo entrou em crise. O capitalismo avançado gerou a indústria e, com ela, a tecnologia ocupou o pódio. As metrópoles tornaram-se atraentes, fascinaram, mas também começaram a assassinar seus amantes.
   A Paris dos meados do sédulo XIX, via, em suas ruas, cruzarem multidões resguardadas pela segurança do anonimato. Operários exaustos, homens de grandes negócios, burgueses e empobrecidos, pessoas com suas assumidas orientações sexuais, outras com a fama de honra, muitas ilustradas e assim vai.
   Todos se atropelam na multidão e trocam olhares ao acaso, memória fugaz que no instante seguinte torna-se esquecimento, olhar que não sobrevive ao virar a próxima esquina. Desejos se cruzam, máscaras diversas se comprimentam e marcam possíveis e rápidos encontros noturnos. A fragmentação da pessoa, seu isolamento, sua hipocria, seu sufoco de não-poder-Ser, a corrida pelo poder-Ter, a solidão exarcebada! 
                    A realidade das grandes metrópoles modernas, já se instalara!
   Neste entremeado, surge o poeta Charles Baudelaire ... solitário ... procurando pelas ruas o sentido daquilo que dizem ser "moderno" ... reconhece a realidade e se torna o "flâneur", aquele que observa, vaga sem rumo, consciente da solidão e do tédio, melancólico e atendo a cada detalhe do novo cenário.
                   O poeta busca a compreensão e mira a multidão! Torna-se cúmplice!
   Hoje, 2ª década do século XXI, a realidade perdura e recrudesce, mas o poeta não mais se angustia, pois não se considera um "cúmplice" e sim aquele que pode quebrar o anonimato, ajudar as pessoas a jogarem fora suas máscaras, resgatar o nome de cada um em meio da multidão. O poeta só deseja uma coisa: que os olhares cruzados não sejam instantâneos e os encontros não sejam mais obscuros.
                   O poeta, hoje, é diferente! 
                   Olha nos olhos de cada pessoa em meio da multidão.
                   Guarda no coração cada feição.
                   Cultiva a memória e escreve uma canção.
                   Não sente mais a solidão.
                   Só vive de inteira paixão.
     Caro Baudelaire, hoje você é lembrado por mim. Se estivesse aqui não sofreria tanto como no seu tempo. Mas, suas poesias são motivos de inspiração, sua pessoa é muito bem-vinda em minhas linhas.
                   Todos somos poetas eternos. Basta somente ter a sensibilidade na pele!
                   Ontem passaram poetas pela história e deixaram sua memória.
                   Hoje, vivem os poetas cantando a história e resgatando o sentido do amor dilacerado
                                 por aquilo que chamamos de modernidade!
                                                                                                            José Juliano. 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Somos uma explosão de cores!?


    2011! Abril!
    Há quem diga que tudo é prática, mas tal afirmação devaneia o Ser e o robotiza.
    O que somos no dia a dia de nossa existência?
    Somos uma "explosão de cores", um "enigma" a ser decodificado ... O pior de tudo é que mal reconhecemos em nós a multiplicidade infinita de combinações que, como explosão, constitui nossos sentimentos.
    Penetrar nas cores ... envolver-se por elas ... misturar-se nelas ... deixar explodir em nossa essência o potencial de cada uma delas ... viver ... emocionar-se ... enamorar-se ... chorar ... gargalhar! Mas, jamais sair da realidade primeira e sim buscar transformá-la!
    A História só acontece se provocamos explosões, ou, se deixamos que elas aconteçam ... o bom, é nunca se arrepender de mergulhar neste complexo explosivo de cores!
    Por que sempre fugimos de tudo isto?
    Aí está o grande enigma!

                                                                               José Juliano