I
Iniciando o século XXI, viu-se, naquela manhã de 11 de setembro de 2001, via direta, a queda das Duas Torres Gêmeas, marco do poder Norte Americano. Para todos, as cenas de terror e lamento causaram indignação.
Iniciando a 2ª década do mesmo século, naquela tarde de quinta-feira do outonal abril, em Trambé, viu-se aquele corpo jovem caido no altar da igreja matriz, embebido de sangue e mistério. Os jornais da Nação não registraram este fato, mas sim aquele do Realengo. Um jovem, dito desvairado e assassino, matou a queima-roupa 11 adolescentes dentro de uma escola pública e, depois, matou-se a si mesmo.
Os efeitos do "bullyng". Ninguém pensou nisto!
Trambé, de um rotineiro lugarejo, tornou-se um requintado bairro da metrópole que não pára de crescer. Nele tudo mudou. Até suicídio ou se sabe o que, na igreja matriz aconteceu. Murmúrios secretos deixam o fato correr. Mistério. Suicídio. Assassinato. Bullyng.
Numa revista se leu - "Natureza e Poesia formam uma grande sinfonia!". Em Trambé há a Natureza, mas a poesia foi sufocada pela hipocresia das novas gerações. Os poetas, camuflados nos barzinhos, em meio da noite adentro, reunem-se para poderem desabafar seus sonhos e poesias, Vivem no "Porão da História", sem poderem executar a sinfonia que compõem.
Diante do corpo jovem caído no altar da matriz de Trambé, a história deste antigo lugarejo começa a se desvelar. A maioria tem medo, pois as máscaras poderão cair. Por isso, decreta-se o "silêncio". Mas, os poetas de Trambé, resolveram sair do "Porão" e tecer a ficção que não é ficção, a realidade que é realidade, na verdade, a história de Trambé!
II
Pelas ruas de Trambé, num passado não muito distante, dois amigos passeavam. Era Verão, o ar refrescante da Serra criava um cenário e um clima propício para se andar em meio da noite. Numa praça bem arborizada, estes alí ficaram. Conversavam sobre as Faculdades que cursavam, relatavam, entre si, os duros acontecimentos que provocavam coragem de lutar. Acontecimentos ... efeitos da Ditadura Militar.
Pedro cursava História na tradicional Universidade da Cidade e Paulo estudava arquitetura na mesma Universidade. Mas, um assunto mais provocante veio à tona. Esudando História das Mentalidades, Pedro perguntou: - Por que a Paixão é também motivo de tanta perplexidade? Na faculdade, todos são apaixonados, mas ninguém fala da paixão!
Paulo, sem respota imediata, silenciou-se. Ambos ficaram em silêncio, madrugad adentro.
Trambé, fez nascer um poeta que pensava a revolução junto com a paixão.
Este poeta é o que viu o corpo jovem caído no altar da matriz de Trambé. Personagem ... escritor ... resolveu escrever para ninguém esquecer. Resolveu ser sinal de contradição. Resolveu ser ele mesmo. Por isso, logo entendeu o porquê daquele corpo jovem caído no altar.
José Juliano
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