sábado, 30 de abril de 2011

Lembrar ... Esquecer!

   Verbos "Lembrar" e "Esquecer" ... o verbo indica uma ação bem definida ... é o ato humano! Não há entendimento de nada sem o "verbo" ... sem a ação. Então, para o ser humano pode existir a inércia? Aí é que está a chave de toda a compreensão.
   Podemos apenas dizer que existe o "conformismo", que não significa inércia, mas sempre gera a "omissão". Tudo é verbo ... "conformar-se" ... "omitir-se" ... é ação! Seu sujeito é o ser humano!
   Um verbo interessante é o "lembrar", outro é o "esquecer".
   A dúvida recai sobre o "esquecer". Conseguimos "esquecer" nossas experiências, as consideradas boas ou ruins, ao ponto de deletá-las de nossa história pessoal e, mais ainda, da História da humanidade?
   As conclusões são diversas e, também, inúmeras.
   Nada se "esquece" ... tudo é transmitido, mesmo sem o nosso consentimento. O grande canal de comunicação é a "memória genética"! Muitos contestam esta tese, mas, se adentrarmos a fundo, cada um de nós contém a totalidade do processo histórico do próprio Ser humano e o acúmulo de todas as suas experiências vividas.
   Certo que tentamos "esquecer" ... somente tentamos, pois não queremos "lembrar" e, assim, "constatar" o que somos realmente. Mas, radicalmente, a consciência pessoal ou coletiva clama pela "memória"... trazer à memória, significa um constante "lembrar" para "registrar" e para "conscientizar".
   Todo o sentido da Ciência está em resgatar esta "memória" ... em abrir a espetacular "caixinha de pandora"! E isto é maravilhoso!
   Também é certo que, neste exercício contínuo e insistente, o "lembrar" faz-nos, às vezes recuar, pois nem tudo queremos saber, embora nossa vontade é a de tudo saber. Porém, esta tentativa de querer "esquecer" é superada pela própria natureza da nossa existência. Precisamos saber tudo sobre nós mesmos ... precisamos compreender o grande "quebra-cabeça" no qual estamos inseridos e do qual surgimos ... pois, nós somos este "quebra-cabeça" ... complexo, multiverso.
   Buscamos a ciência de tudo, mas não temos a coragem de admitir o que encontramos ao obtermos a ciência deste tudo. Então, começamos a negar, a levar ao descrédito aquilo que, nós mesmos, constatamos ... passamos a censurar, a coagir, a mentir, a esconder ... caimos no inconformismo ... por que?
   O fato é que começamos a perceber que a base da natureza é extremamente "andrógena"! Eis o motivo do grande perplexo, o qual nos leva ao escândalo!
   Daí, tudo fazer para "esquecer"!
   No entanto, na natureza do "tudo existente" a "memória" é latente ... nada se "esquece".
   No nosso universo, buscamos meios para normatizar o que não conseguimos controlar. Sufocamos a natureza e não a deixamos se expandir. Por isso, sempre dizemos: somos complexos e basta. Ilusão nossa, na realidade, somos o simples ... nós é que não queremos chegar a este entendimento!
   Então, também vivemos a ilusão de que somos capazes de "esquecer"...

                                                                           José Juliano
  

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